20 de setembro de 2024
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O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), participou na manhã de sábado (31) de um seminário promovido pelo Grupo Esfera, que reuniu parte da elite empresarial brasileira. O evento aconteceu em um momento delicado, marcado pela recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender o funcionamento da rede social X (antigo Twitter) no Brasil. Essa decisão gerou discussões sobre segurança jurídica no país, especialmente no setor de tecnologia.

Castro participou do painel final do seminário ao lado de Fábio Coelho, presidente do Google no Brasil, e Flávio Rocha, presidente do Conselho do Grupo Guararapes. O tema original do debate era “Rio de Janeiro, uma vitrine em potencial”, abordando as oportunidades e desafios econômicos do estado.

No entanto, segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o foco da conversa logo se desviou para questões mais amplas de insegurança jurídica, inicialmente provocadas pela reforma tributária em discussão, mas intensificadas pelas recentes decisões envolvendo as big techs no país.

A presença de líderes empresariais e a discussão sobre segurança jurídica mostram a crescente preocupação do setor privado com a estabilidade regulatória no Brasil, especialmente em um cenário de constantes mudanças legais que podem impactar diretamente negócios de grande porte, como os das empresas de tecnologia e outras áreas estratégicas.

A situação específica do X ficou nas entrelinhas da conversa. Nos bastidores do seminário, os empresários e investidores presentes demonstravam preocupação com a repercussão internacional da decisão do ministro do STF.

“É um debate complexo que exige grande maturidade. No passado, a sociedade percebeu que, para viver em comunidade, era necessário estabelecer algumas regras. A vida em sociedade não pode ser um vale-tudo, uma bagunça. É preciso ter regras de convivência. E quando falamos no ambiente virtual, creio que algumas regras são importantes”, afirmou Castro.

Sem citar o X, o presidente do Google pediu para o governador não colocar todas as empresas de tecnologia “no mesmo saco” e ressaltou que sua empresa está há 20 anos no Brasil, empregando e pagando tributos.

“A gente tem 20 anos de Brasil. Quando você fala em big techs, você me coloca como se fosse todo mundo parecido. São empresas diferentes”, afirmou. “Não vamos discutir casos em aberto, pois isso não ajuda. No entanto, o que aconteceu no ambiente político global foi o aumento da retórica inflamada, que leva à polarização. A retórica é válida, mas, se for excessivamente inflamada, pode levar a um confronto pessoal”, completou.

Quando questionado diretamente sobre o X e suas regras para usuários, o presidente do Google disse apenas que “não fala” sobre a rede social de Elon Musk.

O empresário Flávio Rocha, que chegou a cogitar uma candidatura à presidência em 2018, apontou que não vê a polarização como um problema, mas sim como a prova de que a população está cada vez mais envolvida com a política.

“Essa tão falada polarização, que é apontada como um problema, acho que é um fator de amadurecimento do eleitor brasileiro. Cada vez mais, nos bares e botequins brasileiros, dedica-se menos tempo ao futebol e mais às questões políticas”, disse o empresário.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/castro-participa-de-seminario-com-empresarios-em-que-conversa-de-bastidor-gira-em-torno-de-seguranca-juridica-no-setor-de-tecnologia/