No seu último balanço, fechado agora em março de 2024, a Absolar registra que o Brasil já ultrapassou a marca de 28 gigawatts (GW) de geração própria
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Por José Osmando
No seu último balanço, fechado agora em março de 2024, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – Absolar, registra que o Brasil já ultrapassou a marca de 28 gigawatts (GW) de geração própria, uma expressiva potência operacional instalada, que atende residências, estabelecimentos comerciais, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. Essa chamada geração própria já garantiu ao país investimentos da ordem de R$ 139 bilhões e a oferta de 840,3 mil empregos verdes acumulados ao longo desses 14 anos em que tudo se iniciou.
Como começou
Embora a primeira usina solar no Brasil tenha sido inaugurada em agosto de 2011, no município de Tauá, no Ceará, com uma produção suficiente para abastecer 1.500 residências, a história dessa fonte alternativa viável e barata para um país da dimensão do nosso país, só começou de fato a ganhar velocidade e atrativos a partir de 2012, quando uma resolução normativa da ANAEEL alterou o segmento desse tipo de energia, para permitir que consumidores criassem a sua própria necessidade e se conectasse à rede.
Essa decisão tomada no primeiro mandato de Dilma Roussef à frente da Presidência da República, assegurou a possibilidade real tanto da microgeração, quanto à energia produzida em painéis solares nos telhados e a minigeração. Garantiu-se, com isso, um padrão que possibilitou esquemas de crédito de energia e estabeleceu critérios de conexão às redes.
Contribuição de Dilma Roussef
É justo atribuir-se a Dilma Roussef esse êxito que agora se comemora, pois a sua experiência no setor energético e sua visão do que o país poderia oferecer, fez com que a partir de 2012 o crescimento disparasse, saindo de 7 MW naquele ano, para chegar a 6 GW em 2020 e a esses 28 GW em 2024. O Brasil já está na 8ª posição mundial no ranking com maior desempenho na geração acumulada da fonte solar fotovoltaica.
O Brasil possui condições naturais excepcionais para a geração de energia solar. Basta citar que regiões com as piores condições nesse segmento, localizadas, por exemplo, no interior do Estado de Santa Catarina, possuem ainda assim melhores possiblidades de geração do que os melhores lugares da Alemanha. E o Nordeste brasileiro, por seu semiárido, ostenta um oferecimento acima de qualquer exigência, graças à presença do sol, com bastante intensidade, por praticamente todo o ano.
O caso do Piauí
Hoje, por exemplo, o Estado do Piauí apresenta ao Brasil o parque que é recordista em painéis solares, localizado no município de São Gonçalo. Com seus 2.2 milhões de painéis, é o maior parque solar da América do Sul. A construção da primeira seção de 475MW de São Gonçalo começou em outubro de 2018 e foi conectada à rede em janeiro de 2020. Atualmente já produz 608 megawatts
A Enel Green Power está trabalhando na segunda extensão da usina, com uma capacidade instalada de 256 MW. Isto elevará sua capacidade total para 864 MW. A instalação ocupa na sua totalidade uma área de cerca 12,000,000 m², o equivalente a aproximadamente 1,500 estádios de futebol. Algo realmente de encher os olhos.
Ainda em solo piauiense, no município de Ribeira do Piauí, está outro gigante. O Complexo Solar Nova Olinda, formado por 930 mil painéis solares em uma área de 630 hectares, que já produz 292 MW, mas está a caminho de gerar 600GWh por ano.
Entre os cinco maiores parques solares do Brasil, apenas um não está localizado no Nordeste, o Complexo Solar Pirapora, em Minas Gerais. Os outros dois nesse primeiríssimo time estão na Bahia: O Solar Ituverava, em Tabocas do Brejo Velho e o Solar Lapa, em Bom Jesus da Lapa.