27 de novembro de 2024
Atleta da USP acusa aluno do Mackenzie de homofobia durante
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Um atleta da Universidade de São Paulo (USP) acusou um torcedor da Universidade Presbiteriana Mackenzie de cometer homofobia durante um jogo de vôlei em Boituva, interior de São Paulo, em 1° de junho.

O caso teria ocorrido durante uma partida pela semifinal de vôlei masculino dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA), que aconteceram durante o feriado de Corpus Christi, entre os dias 30 de maio a 2 de junho. 

A equipe de vôlei masculino, Pholley, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), em nota de repúdio, denunciou o ocorrido por meio das redes sociais. 

Xingamentos durante a partida

“No dia 1º de junho de 2024, em Boituva, aconteceu a semifinal do vôlei masculina ECA x Comunicação Mackenzie pelo JUCA. Neste dia, um torcedor do Mackenzie proferiu palavras ofensivas de forma direcionada, sobretudo, homofóbicas para um dos atletas do nosso time. ‘Cuz*o, viad*, arromb*do’ foram alguns dos xingamentos proferidos.”, comunicou o time esportivo  da ECA-USP em carta aberta nas redes.

Segundo a Pholley, as ofensas eram proferidas, principalmente, no momento do saque, quando o jogador vítima das agressões verbais se aproximava da arquibancada ao decorrer da partida. 

De acordo com a atlética uspiana, o torcedor agressor estaria ao lado do vice-presidente da atlética do Mackenzie. Durante o correr do jogo, ainda segundo a Pholley,  ambos se mantinham próximos e teriam se cumprimentado no início da partida. 

Ao perceber as ofensas, a vítima teria  tentado informar o representante da torcida rival das injúrias sofridas, mas ele teria se mantido isento e não ajudado. Somente após um dos capitães do time paralisar o jogo para solicitar ajuda e informar ao árbitro sobre as ofensas, o vice-presidente atlética mackenzista teria agido. 

Ainda em nota, a atlética de vôlei masculina da USP informou que, de forma generalizada, a torcida do Mackenzie teria sido conivente com as agressões proferidas. 

A Pholley também comunicou, ainda por meio da carta aberta, que a atual gestão da Liga das Atléticas Acadêmicas de Comunicação e Artes (LAACA),  responsável pela organização do JUCA, segue isenta sem se manifestar sobre o ocorrido. Até o momento,  a gestão do evento dos jogos universitários também não teria procurado a vítima alvo das ofensas para oferecer suporte.

“Nós continuaremos frequentando este espaços, nós continuaremos existindo”, conclui a nota de repúdio da Pholley. 

O que diz a Atlética do Mackenzie

Em resposta a denúncia, na última terça-feira (4), a Atlética de Comunicação & Artes Mackenzie, Atlética Tubamack, publicou uma nota se posicionando sobre o ocorrido, mas posteriormente apagou a publicação. 

Na nota em questão, a atlética alegou que não conseguiu identificar quem da torcida teria proferido os xingamentos. No entanto, a atlética de vôlei da ECA rebateu o argumento: 

“Ao contrário do que constou na nota do Mackenzie (que fora excluída), a torcida e a representação Mackenzista sempre souberam quem era o responsável pelas agressões e que a mesma estava acontecendo, já que nosso atleta inúmeras vezes mostrou a situação, inclusive, apontando para quem era o responsável de tais insultos.”, afirmaram em nota. 

Ainda na nota apagada, a Tubamack afirmou que a situação foi discutida e resolvida durante um reunião, com pedido de desculpas pela parte deles e aceitação da punição, menos cinco pontos na classificação geral da faculdade durante os jogos. 

“A Atlética repudia qualquer crime, especialmente aqueles motivados por preconceito. O curso de Comunicação e Artes do Mackenzie é composto por uma diversidade de pessoas  e todos devem se sentir acolhidos”, finalizava a nota da atlética apagada depois de suas redes. 

A CNN procurou a  gestão dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA), mas até a publicação deste texto, não obteve retorno. A Universidade Presbiteriana Mackenzie, até o momento, também não se manifestou sobre o episódio de homofobia envolvendo alunos da faculdade.

Crime de homofobia

Desde 2019, o Supremo Tribunal Federal reconhece o crime de homofobia e transfobia, cometidos em decorrência de discriminações contra a identidade de gênero ou orientação sexual de alguém,  como racismo.  

Segundo a legislação brasileira, a pena do ato efetuado contra um grupo ou coletividade pode variar de dois a cinco anos de prisão e são inafiançáveis.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/atleta-da-usp-acusa-aluno-do-mackenzie-de-homofobia-durante-jogos-universitarios/