22 de setembro de 2024
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Quando há problemas que envolvem a formação severa de gelo em aeronaves — uma das causas especuladas para a queda do voo 2283 em Vinhedo (SP) — pilotos têm segundos para decidir, afirma o comandante Laerte Gouvêa, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Segurança Aeronáutica.

Em entrevista ao programa WW desta sexta-feira (9), Gouvêa comentou sobre as possíveis causas que levaram ao acidente que matou todas as 61 pessoas a bordo.

“Quando é uma formação de gelo severa, a gente está falando em segundos. Porque ele começa a formar devagarinho, você acha que vai dar tempo de pedir a troca de nível. De repente, isso começa a acumular numa velocidade muito alta”, explica.

“Em segundos você já está perdendo rendimento e, mais alguns segundos, você já está estolando e se vê numa situação como ele se viu ali, num stall”.

O movimento de queda do avião também foi analisado pelo especialista. Segundo imagens, a aeronave perdeu sustentação em formato de “parafuso chato”, ou seja, com o bico em paralelo ao horizonte.

Segundo o comandante, a forma de se livrar da situação é abaixar o nariz do avião para formar um “parafuso normal”.

“Isso é estranho a natureza do piloto. Um piloto que não está acostumado a fazer acrobacia, dificilmente sai de uma manobra dessa”, diz.

A Voepass informou que o avião tinha 61 pessoas a bordo, sendo 57 passageiros e quatro tripulantes. O voo 2283 saiu de Cascavel (PR) e iria para Guarulhos (SP).

De acordo com o portal FlightRadar24, o avião decolou às 11h56 e caiu às 13h22. Conforme monitoramento do voo feito pelo site, a aeronave perdeu o equivalente a 5 quilômetros de altitude em menos de 2 minutos.

O acidente ocorreu a cerca de 70 quilômetros – em linha reta – do aeroporto de Guarulhos.

Por meio de nota, a Voepass afirmou que “não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente”.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/aviao-que-caiu-piloto-tem-segundos-para-tomar-decisao-sobre-gelo-severo-diz-especialista/