
O Brasil registrou ao menos 51 acidentes aéreos neste ano, de acordo com dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer). As ocorrências deixaram 19 pessoas mortas, sendo 12 tripulantes e nove passageiros.
Nenhum desses episódios envolveu voos da chamada aviação comercial regular, que são aqueles que operados pelas companhias aéreas mediante venda de passagens.
O último acidente aéreo que consta no painel do Sipaer em 2025 ocorreu no dia 9 de abril, quando um avião monomotor caiu logo após a decolagem em Campina Grande (PB). O piloto e um passageiro tiveram ferimentos leves e foram socorridos.
Considerando as 51 ocorrências até o dia 9 de abril, o Brasil teve um acidente aéreo a cada 46,5 horas em 2025. O número não abrange incidentes e incidentes graves, que são episódios de menor gravidade.
Além das 19 vítimas fatais, 11 pessoas tiveram ferimentos graves e 24 tiveram lesões consideradas leves após os acidentes aéreos ocorridos neste ano.
Com o auxílio da plataforma Pinpoint, uma ferramenta de jornalismo desenvolvida pelo Google, a CNN analisou os 51 reportes preliminares sobre as ocorrências de 2025. O cruzamento de dados mostra que quase a metade (24) dos acidentes envolveu aeronaves agrícolas.
Em relação à fase do voo em que o acidente ocorreu, 15 foram na decolagem e dez no pouso.
A maioria das quedas ocorreu no estado de São Paulo (9). Em seguida estão Bahia (6), Mato Grosso (5) e Minas Gerais (5).
Idade das aeronaves acidentadas
Os dados do Sipaer mostram que 21 aeronaves acidentadas em 2025 (41,2%) foram fabricadas antes do ano 2000. Por outro lado, nove (16,7%) foram construídas depois de 2019.
A aeronave mais antiga a cair neste ano foi fabricada em 1968. Trata-se, justamente, do monomotor que caiu em Campina Grande no início deste mês.
Em contrapartida, dois acidentes envolveram aeronaves fabricadas em 2024.
Comparação com 2024
Entre 1º de janeiro e o dia 9 de abril de 2024, foram registrados 58 acidentes aéreos no Brasil, ainda de acordo com o Sipaer.
Na comparação dos dados deste ano com o mesmo período de 2024, portanto, houve uma queda de 12,1%.
Relembre alguns acidentes
No dia 9 de janeiro, um bimotor a jato explodiu após uma tentativa de pouso no aeroporto de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. O avião havia decolado da cidade de Mineiros, no interior de Goiás e foi parar na praia após ultrapassar o limite da pista. O piloto da aeronave morreu. Quatro passageiros ficaram feridos e duas pessoas que estavam em solo se machucaram.
Menos de um mês depois, em 7 de fevereiro, um avião Beechcraft King Air F90 prefixo PS-FEM caiu na avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
A aeronave caiu pouco depois de decolar do aeroporto Campo de Marte, também na capital paulista. As duas pessoas que estavam no avião morreram. Outras sete pessoas em solo se feriram. Um áudio obtido pela CNN mostra que o piloto Gustavo Carneiro Medeiros solicitou “retorno imediato” ao aeródromo. Ouça.
Em março, um helicóptero da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco que fazia buscar por uma adolescente desaparecida caiu no distrito de Caraíbas, na zona rural de Santa Maria da Boa Vista, no agreste do estado.
Quatro pessoas estavam a bordo do helicóptero, sendo dois pilotos e dois operadores aerotáticos. Nenhum deles se feriu.
Outro lado
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que é vinculado à Força Aérea Brasileira, afirmou que “realiza um indispensável levantamento estatístico de todas as ocorrências aeronáuticas e disponibiliza essas informações em seu site, por meio do Painel Sipaer, acessível a toda a sociedade como forma de contribuir para a identificação e mitigação de riscos na aviação”.
O órgão informa que “divulga no âmbito da comunidade aeronáutica as lições aprendidas por meio da emissão de seus Relatórios Finais e Recomendações de Segurança, propondo medidas de modo a prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram”.
“As investigações realizadas pelo Cenipa não têm como objetivo estabelecer culpa ou responsabilização, conforme previsto na legislação vigente, tampouco se dispõem a comprovar qualquer causa provável de um acidente, mas indicam possíveis fatores contribuintes que permitem elucidar eventuais questões técnicas relacionadas à ocorrência aeronáutica”, diz o órgão.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil/brasil-ja-teve-51-acidentes-aereos-neste-ano-19-pessoas-morreram/