7 de janeiro de 2025
Brigas, sujeira e “open bar“ sem bebida: Réveillon frustrado acaba
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Uma festa de Réveillon em um restaurante na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), pode terminar em processo.

Um grupo de cerca de 30 pessoas registrou boletim de ocorrência por se sentir lesado pela organização do evento. Os consumidores relatam superlotação, falta de estrutura e segurança. A organização da festa foi procurada, mas ainda não se manifestou.

Segundo participantes do evento, no local havia lixo acumulado, restos de comida pelo chão e botijões de gás expostos. Além disso, há relatos de brigas dentro da piscina e superlotação. Fogos de artifício foram detonados sob uma lona, colocando os frequentadores em risco.

O caso está sendo investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca) e, segundo a Polícia Civil, os denunciantes serão ouvidos para esclarecer o caso.

Os consumidores pagaram entre R$ 300 e R$ 600 nos ingressos do evento. Na propaganda, publicada no Instagram, os organizadores prometeram bebida liberada com vários tipos de cerveja, gin, uísque, vodca, água tônica, estação de drinks, entre outras. Havia propaganda de comidas, como coxinha, enroladinho, mini pizza, camarão, comida japonesa, massas, frios e frutas.

Mesmo com a promessa de “open bar”, as bandejas estavam sempre vazias, segundo frequentadores. Uma das participantes afirmou que, logo na chegada ao evento já houve um cenário de caos devido à superlotação, com pessoas quase caindo na água.

“Eram praticamente 2.000 pessoas para um espaço que comportava no máximo 600. Não tinha segurança suficiente. Eram seis seguranças para 2.000 pessoas. Não tinha bombeiro, não tinha guarda-vidas, não tinha água nos banheiros, não tinha papel higiênico”, descreve ela. “À meia-noite estouraram os fogos de artifício em cima de lona, a ponto de explodir e pegar fogo naquele local.”

Ela relata que as pessoas nem sequer conseguiam deixar o local, porque os barqueiros “sumiram”.

A advogada Carolina Fernandes, que é uma das profissionais que representa o grupo de consumidores, afirma que tanto o restaurante quanto o produtor da festa serão acionados para responder na esfera cível e também criminal.

Carolina afirma que, de acordo com o relato dos clientes, pessoas passaram mal e não receberam atendimento médico devido. Não havia macas nem bombeiros no local, e pessoas tiveram que aguardar por atendimento no chão. Havia a promessa de área kids para receber as crianças no evento, o que não foi oferecido.

“No caso dos produtores, há indícios da má-gestão, descumprimento das ofertas divulgadas e falhas na organização do evento, o que pode configurar crimes como estelionato, onde vai ficar comprovada a intenção de enganar os consumidores com promessas que sabiam que não poderiam ser cumpridas”, explica.

Além do crime de estelionato, a equipe de advocacia pretende acionar os organizadores por oferecerem perigo para saúde em um ambiente sem devida segurança, alimentação de má qualidade, entrega de produtos estragados. De acordo com Carolina, caso seja comprovada a intoxicação alimentar, os organizadores também serão acionados por lesão corporal.

“No âmbito cível, além de solicitar a restituição integral dos valores pagos, nós vamos requerer a indenização por danos morais e materiais, considerando não apenas os prejuízos financeiros, mas também o abalo emocional e os riscos à saúde enfrentados pelos participantes. Nosso pedido na justiça busca a reparação efetiva para cada pessoa lesada e responsabilização dos envolvidos, para que situações como essa não se repitam”, afirma.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/rj/brigas-sujeira-e-open-bar-sem-bebida-reveillon-frustrado-acaba-em-policia-no-rio/