O jornalista e escritor Ullisses Campbell, especializado em true crime, defendeu em entrevista à CNN Brasil a importância de documentar crimes emblemáticos para contar a história do país. ‘A história do Brasil também deve ser contada pelos crimes que a nossa sociedade comete”, afirmou Campbell.
O autor, conhecido por suas obras sobre casos criminais que chocaram o Brasil, argumentou que livros, séries e filmes sobre esses eventos servem como um registro histórico fundamental. “Eu acho importante ter livro, ter série, ter filme, porque os nossos livros de histórias oficiais, pelo menos, eles não costumam registrar”, explicou.
Preservação da memória criminal
Campbell revelou uma preocupação com a preservação desses registros no Brasil. Segundo ele, alguns inquéritos policiais são destruídos após o encerramento dos casos, o que dificulta o acesso futuro a essas informações. “Eu descobri que inquéritos, por exemplo, acabam sendo destruídos, não ficam arquivados”, alertou o escritor.
O jornalista comparou a situação brasileira com a de outros países, citando os Estados Unidos como exemplo: “Nos Estados Unidos, eles fazem museus. Tipo assim, você tem museu do crime”. Campbell lamentou que, no Brasil, o acervo relacionado a crimes históricos seja “muito pobre”, mencionando o museu do crime em São Paulo e o museu da penitenciária como exemplos de instituições com potencial subaproveitado.
Entre os casos emblemáticos mencionados por Campbell estão Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, o Maníaco do Parque e crimes históricos como os cometidos por Lampião. O escritor argumenta que esses eventos fazem parte da narrativa social e histórica do país e merecem ser preservados e estudados.
A entrevista de Ullisses Campbell destaca a importância do true crime como gênero literário e midiático, não apenas como entretenimento, mas como uma ferramenta para a compreensão e documentação da sociedade brasileira ao longo do tempo.
Confira a entrevista na íntegra
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/campbell-historia-do-brasil-tambem-deve-ser-contada-atraves-dos-crimes-nacionais/