21 de setembro de 2024
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A prefeitura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, iniciou a evacuação do centro da cidade após a cheia do Rio Guaíba atingir níveis históricos. O rio já superou a marca de 1941, que era o recorde anterior.

Situação crítica

De acordo com relatos, o nível das águas pode chegar a 5 metros na tarde desta sexta-feira (3). Diversas regiões da capital gaúcha e cidades vizinhas estão alagadas, com moradores sendo resgatados por equipes de socorro.

A jornalista Isadora Aires, da CNN, relatou um cenário “apocalíptico” em Porto Alegre. Ruas foram tomadas pelas águas, deixando apenas telhados e partes superiores de edifícios visíveis.

Moradores de áreas baixas tiveram que abandonar suas residências, alguns pela segunda vez em poucos meses após as enchentes do final de 2022. Muitas pessoas estão desabrigadas e sem contato com familiares.

Mortes no RS

Balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul no início da tarde desta sexta-feira (12) mostra que o número de mortos em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana subiu para 37. Ao todo, 235 municípios foram afetados.

Além dos óbitos, o estado contabiliza 74 feridos, e outros 74 desaparecidos. Ao todo, 351.639 pessoas foram afetadas pelas tempestades em território gaúcho, sendo que 23.598 estão desalojadas e 7.949 estão em abrigos.

Veja onde ocorreram as mortes:

  • Canela (2)
  • Candelária (1)
  • Caxias do Sul (1)
  • Bento Gonçalves (1)
  • Boa Vista do Sul (2)
  • Paverama (2)
  • Pântano Grande (1)
  • Putinga (1)
  • Gramado (4)
  • Itaara (1)
  • Encantado (1)
  • Salvador do Sul (2)
  • Serafina Corrêa (2)
  • Segredo (1)
  • Santa Maria (2)
  • Santa Cruz do Sul (4)
  • São João do Polêsine (1)
  • Silveira Martins (1)
  • Vera Cruz (1)
  • Taquara (2)
  • São Vendelino (1)
  • Três Coroas (3)

Dificuldades nos resgates

As equipes de socorro enfrentam obstáculos para chegar às regiões mais afetadas. Mais de 100 trechos de rodovias estaduais e federais estão bloqueados, dificultando o acesso terrestre. Resgates estão sendo realizados por barcos e via aérea, quando possível.

As autoridades trabalham para orientar a população a buscar refúgios, seja em locais elevados ou com parentes e amigos. A previsão é de que os níveis continuem subindo nas próximas horas, agravando ainda mais a situação.

Interdição de pontes

O governo federal interditou, nesta sexta-feira (3), as pontes sobre o Rio Guaíba, em Porto Alegre, após o volume de água superar 4,6 metros acima do nível normal. O trânsito no local só será permitido para ambulâncias e veículos que atuam para o resgate de vítimas.

À CNN, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que o bloqueio foi feito devido à pressão da água sobre as pilastras que sustentam a ponte. Além disso, o trânsito de veículo poderia aumentar ainda mais a pressão sobre a estrutura.

“Cremos que as pilastras vão sustentar a pressão, mas é uma medida de segurança, já que o nível da água se aproxima do recorde histórico de 1941”, disse o ministro.

Rompimento de barragens

A barragem de Bugres, na cidade de Canela, na Serra Gaúcha, está com risco de ruptura iminente, exigindo providências para preservar vidas, segundo boletim divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul.

A barragem 14 de Julho, em Cotiporã e Bento Gonçalves, também está ao nível de Emergência, com risco de ruptura iminente. A barragem é monitorada pela Aneel e pelo ONS, ela colapsou na tarde desta quinta-feira (2) em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana e a situação segue inalterada até a tarde desta sexta-feira.

Outras duas barragens monitoradas pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) também estão com risco de ruptura iminente. São elas: Barragem do Arroio Barracão, em Bento Gonçalves, houve erosão da margem direita da barragem e 50 famílias estão sendo retiradas, e Barragem Saturnino de Brito, em São Martinho da Serra, com necessidade de evacuação da população potencialmente atingida.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/chuvas-no-rs-prefeitura-evacua-centro-de-porto-alegre-por-cheia-historica-do-rio-guaiba/