![frutas01](https://gazetadoleste.com/wp-content/uploads/2025/02/frutas01-1024x576.jpg)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil –
IPCA foi de 0,16%, o menor índice para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um recuo histórico e ficou em 0,16% em janeiro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). Esse foi o menor percentual para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. O resultado reforça a tendência de desaceleração da inflação e pode indicar um alívio no preço dos alimentos ao longo dos próximos meses.
A inflação de janeiro ficou 0,36 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de dezembro, quando o índice foi de 0,52%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA registra alta de 4,56%.
Entre os grupos que mais impactaram o índice do mês, os Transportes tiveram a maior alta (1,30%), seguidos por Alimentação e Bebidas (0,96%). Já o grupo Habitação apresentou queda de 3,08%, puxado pela redução na conta de luz, e foi determinante para conter a inflação.
Energia elétrica ajudou a segurar a inflação
A queda de 14,21% na energia elétrica residencial foi o principal fator para o recuo da inflação em janeiro. O impacto negativo no índice foi de -0,55 p.p., de acordo com o IBGE. Esse recuo se deve à incorporação do chamado “Bônus de Itaipu”, creditado nas contas de energia no início do ano.
A taxa de água e esgoto, por outro lado, teve alta de 0,97% devido a reajustes em diversas capitais, como Belo Horizonte, Campo Grande e Rio de Janeiro. O gás encanado também subiu (0,49%), refletindo aumentos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Transportes pressionam inflação com passagens aéreas e ônibus mais caros
O grupo Transportes subiu 1,30% em janeiro, influenciado pelo aumento das passagens aéreas (10,42%) e das tarifas de ônibus urbano (3,84%). O IBGE destaca que várias capitais reajustaram suas tarifas de transporte coletivo, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belo Horizonte.
Os combustíveis também tiveram variação positiva (0,75%), com destaque para o etanol (1,82%) e o óleo diesel (0,97%). Já a gasolina subiu 0,61% no mês.
Alimentos sobem menos, mas cenário aponta para queda
O grupo Alimentação e Bebidas avançou 0,96% em janeiro, sendo o quinto mês seguido de alta. No entanto, alguns produtos apresentaram quedas significativas, como a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%), o que pode indicar um alívio nos preços nas próximas semanas.
Entre os produtos que mais subiram, destaque para a cenoura (36,14%), o tomate (20,27%) e o café moído (8,56%). Já a alimentação fora do domicílio desacelerou de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro, com lanches (0,94%) e refeições (0,58%) subindo menos do que no mês anterior.
INPC não tem variação no mês
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de menor renda, ficou estável em janeiro (0,00%). Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 4,17%, abaixo dos 4,77% registrados até dezembro.
Segundo o IBGE, os produtos alimentícios desaceleraram de 1,12% em dezembro para 0,99% em janeiro, enquanto os itens não alimentícios registraram variação negativa de -0,33%.