23 de março de 2025
Embarcação é afundada no mar de Salvador para fomentar turismo
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Fora de operação desde 2018, o ferryboat Juracy Magalhães foi afundado de forma controlada, nesta sexta-feira (21), para a criação de um recife artificial, em um trecho do mar de Salvador, no bairro do Rio Vermelho. De acordo com o Governo da Bahia, além de atrair vida marinha, o objetivo é incentivar o turismo de mergulho na área.

A embarcação, de aproximadamente 800 toneladas, operou por quase 46 anos na travessia Salvador-Ilha de Itaparica, transportando veículos e passageiros. A estrutura foi afundada a quatro quilômetros da costa e a 30 metros de profundidade.

A iniciativa da Secretaria do Turismo do Estado (Setur-BA) contou com a parceria do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Marinha do Brasil.

Em 2020, o ferry-boat Agenor Gordilho e um rebocador também foram afundados de forma planejada, na época na região do Comércio. Nessas operações, estudos de impacto ambiental foram realizados para que não ocorram danos ao meio ambiente.

A estrutura naufragada servirá, por exemplo, como habitat para diversas espécies marinhas e favorecerá estudos científicos, que estão sendo realizados pelo governo baiano.

Um dos biólogos do Inema, Marcelo Peres explicou que, após a operação, em apenas um ano o ferry será tomado por corais e espécies marinhas de todo tipo. “Fizemos os estudos prévios de sedimentos, de biodiversidade do local, onde poderia ocorrer o afundamento e, posteriormente, fizemos quatro vistorias para que não haja nenhum tipo de resíduo que possa trazer algum impacto negativo para o meio ambiente. Então, foram quatro inspeções, a gente avaliou também a presença de espécies invasoras e nossa expectativa é bem positiva para a biodiversidade e para o turismo do Estado”.

À frente de uma empresa de mergulho, Tania Corrêa conta como a experiência tem repercutido no turismo náutico. “Um recife artificial é um aglutinador, uma casa para os animais marinhos. Então, o primeiro ferry que foi afundado, hoje, está todo coberto de corais. No mergulho encontramos alguns animais que são ameaçados de extinção. Você dá um upgrade no turismo local, mergulhadores de todo o mundo vêm mergulhar em naufrágios que só existem aqui”, enfatizou a empresária, que também é instrutora de mergulho há 25 anos.

Já o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, destaca que cerca de nove embarcações já foram naufragadas em áreas próximas à costa de Salvador e na Baía de Todos-os-Santos, e que no turismo de mergulho é possível conhecer a história da cidade, através do contexto de naufrágio de cada embarcação.

“Nós temos naufrágios registrados por acidentes, pelas guerras da Independência da Bahia, do século XIX, mas queremos transformar Salvador no maior parque de turismo de mergulho do mundo urbano. As nossas embarcações estão muito perto do litoral, o que possibilita que mergulhadores amadores possam, em pouco tempo, sendo treinados, ter essa experiência”, contou.

Ainda segundo a Setur-BA, os segmentos náutico e de mergulho têm se consolidado no turismo. Desde a última ação, ocorreu aumento de cerca de 435% na procura por atividades de mergulho, em comparação com a temporada anterior à pandemia.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/nordeste/ba/embarcacao-e-afundada-no-mar-de-salvador-para-fomentar-turismo-de-mergulho/