Favela do Moinho pode ser transformada em parque, diz Governo de São Paulo

A Favela do Moinho, localizada nos Campos Elíseos, bairro na região central da capital paulista, deve ser transformada em parque, como medida de um projeto de “requalificação” da área, realizada pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e divulgada pelo governo do estado nesta sexta-feira (20).

De acordo com o Governo de São Paulo, cerca de 800 famílias ocupam o local atualmente. Elas serão cadastradas e passarão por atendimento habitacional conforme o avanço do projeto.

Além da transformação da favela em um parque, as medidas da CDH envolvem:

• A instalação de uma atração turística ferroviária: o Trem do Moinho, que percorrerá o parque com fins turísticos;
• O remanejamento da Linha 8-Diamante, que será desativada no trecho entre a Barra Funda e Julio Prestes e será transformada em espaço cultural e em memorial ferroviário;
• A criação da estação Bom Retiro, também localizada no complexo;
• Soluções habitacionais: acolhimento de famílias que moram no local, com medidas como Carta de Crédito Individual, Carta de Crédito Associativo e Apoio ao Crédito.

Segundo o governo do estado, as famílias que habitam o espaço vivem em situação de alto risco, pois a área da Favela do Moinho é localizada entre linhas férreas que operam embaixo de um viaduto e possuem um único acesso.

Nos últimos dez anos, o local registrou dois incêndios de grandes proporções, que resultaram em diversas mortes e centenas de desabrigados. Segundo o governo, este é um cenário que corrobora para o aumento da necessidade de atendimento habitacional no local como propõe o projeto, que está dividido em três partes:

• Primeira parte: a CDHU realizará a conversão dos trilhos no Parque do Moinho com pontos de conexão com a área urbana para a passagem de pedestres e bicicletas;
• Segunda parte: implementação de um polo de desenvolvimento urbano para a implantação da estação Bom Retiro;
• Terceira parte: criação de um espaço público sobre a área existente entre a estação Júlio Prestes com o polo comercial da Rua José Paulino.

O governo do estado ressalta que, atualmente, a Favela do Moinho, além de gerar a diminuição da velocidade dos trens – o que prejudica os usuários do transporte público -, tem ausência de saneamento que, por sua vez, é dificultada pelas condições de ilha nos trilhos férreos, característica do local.