O promotor de Justiça Juliano Atoji revelou, em entrevista à CNN Brasil, detalhes sobre um esquema criminoso envolvendo membros da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na região da Cracolândia, em São Paulo. Segundo Atoji, guardas civis forçavam comerciantes locais a aderir a um sistema ilegal de pagamento por segurança.
De acordo com o promotor, os comerciantes são considerados vítimas neste caso. “Eles foram compelidos a aderir”, afirmou Atoji. O esquema incluía táticas de intimidação, com guardas utilizando dependentes químicos, conhecidos como “fluxo”, para pressionar os estabelecimentos que se recusavam a pagar.
Métodos de coerção e extorsão
Atoji descreveu métodos alarmantes utilizados pelos guardas corruptos: “Existem os primeiros relatos que os guardas civis da IOP tocavam o fluxo, ou seja, eles usavam os adictos para aqueles comerciantes que não contribuíam. Tem relatos, inclusive, que eles jogavam fezes dentro da porta desses comerciantes”.
O objetivo era forçar os comerciantes a pagar uma ‘mensalidade’ ou ‘propina’ em troca de proteção. Esta segurança era oferecida por guardas civis que estavam no exercício de sua função pública, caracterizando um claro desvio de conduta.
Investigações e denúncias
As investigações já resultaram em denúncias contra quatro guardas, dos quais três foram presos. Uma guarda foi colocada em prisão domiciliar devido a uma decisão judicial recente, considerando que ela tem filhos.
O promotor também mencionou a existência de uma lista financeira que detalha pagamentos e trocas de serviços entre as figuras centrais do esquema. Outros guardas civis, cujos nomes constavam nessa lista, estão sendo investigados pelo Ministério Público.
Este caso expõe uma grave situação de corrupção e abuso de poder dentro da GCM, levantando questões sobre a segurança e a integridade das forças de segurança pública na região da Cracolândia, uma área já marcada por complexos desafios sociais e de segurança.
Assista à entrevista na íntegra:
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/gcm-forcava-comerciantes-a-aderir-esquema-de-propina-diz-promotor-de-justica/