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Ex-presidente Jair Bolsonaro está entre os indiciados por tentativa de golpe de estado em 2022. Documento final será encaminhado a Moraes
A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investigou a tentativa de golpe contra o Estado em 2022. Entre os 37 indiciados, está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de envolvimento na idealização do plano golpista. Os crimes apontados incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A investigação abrange, além do documento que resultou na prisão de quatro militares de alta patente do Exército na última terça-feira (19/11), os ataques de 8 de janeiro e conspirações golpistas descobertas tanto durante as eleições presidenciais de 2022 quanto após a derrota de Bolsonaro.
O ex-presidente já havia sido indiciado em outros dois inquéritos: um sobre a falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19 e outro relacionado à venda ilegal de joias recebidas como presentes durante seu governo.
O relatório final, com mais de 700 páginas, será enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso que investiga a tentativa de golpe.
O envolvimento de Bolsonaro
De acordo com a PF, Jair Bolsonaro foi diretamente responsável por redigir, revisar e “enxugar” a chamada “minuta do golpe”, um decreto que propunha a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e convocar novas eleições.
As investigações apontam que, em 9 de dezembro de 2022, Bolsonaro se reuniu com o então comandante do Exército, general Estevam Cals Theophilo, para discutir o apoio militar necessário para efetivar o golpe.
Mensagens analisadas pela PF indicam que Mauro Cid, auxiliar próximo de Bolsonaro, enviou textos ao general Freire Gomes, comandante do Exército na época, mencionando que Bolsonaro havia “enxugado o decreto”, deixando-o mais sucinto.
