20 de setembro de 2024
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O promotor Juliano Atoji, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, revelou detalhes sobre a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Cracolândia, região central da capital paulista. Em entrevista à CNN Brasil, Atoji descreveu um complexo “ecossistema criminoso” que se instalou na área, aproveitando-se da vulnerabilidade dos usuários de drogas e da negligência histórica do poder público.

Segundo o promotor, o PCC viu uma “oportunidade única” de estabelecer diversas atividades criminosas na Cracolândia a partir dos anos 2000, com a introdução do crack na década de 90. O esquema não se limita apenas ao tráfico de drogas, mas engloba também a exploração de hotéis, ferros-velhos, receptação de peças veiculares e de celulares, além da exploração do jogo ilegal.

Corrupção e milícia

O domínio do crime na região levou à formação de uma milícia composta por guardas civis metropolitanos, que extorquiam comerciantes locais. Atoji destacou que esses agentes públicos atuavam durante o horário de serviço, direcionando o fluxo de usuários para estabelecimentos que não contribuíam com a taxa mensal exigida pela organização criminosa.

A investigação do Gaeco já resultou em três denúncias oferecidas à Justiça. A primeira trata do comércio ilegal de armas de fogo, liderado por guardas civis metropolitanos. A segunda aborda a milícia que praticava extorsão contra comerciantes. A terceira denúncia foca no “quartel-general” do PCC na região, localizado na comunidade conhecida como Favela do Moinho.

Infiltração no poder público

Atoji alertou para a tendência de expansão do PCC em contratos públicos e organizações sociais. Segundo ele, a organização criminosa busca se infiltrar em atividades que facilitam o branqueamento de capitais, como contratos administrativos vultosos. O promotor defendeu a implementação de mecanismos de compliance nas instituições públicas para prevenir a participação de pessoas ligadas ao crime organizado em licitações.

A atuação do PCC na Cracolândia evidencia a complexidade do problema e a necessidade de uma abordagem multifacetada para combater o crime organizado e atender às necessidades de saúde pública na região. As investigações em curso prometem revelar mais detalhes sobre a extensão da influência da organização criminosa não apenas na Cracolândia, mas também em outras esferas do poder público.

Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/promotor-do-gaeco-detalha-investigacao-da-atuacao-do-pcc-na-cracolandia-em-sao-paulo/