Alckmin defende uso da Lei da Reciprocidade, mas aposta em diálogo com os EUA após tarifaço – Agenda do Poder

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou nesta quinta-feira (28) que a aplicação da Lei da Reciprocidade contra os Estados Unidos, em resposta à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, é uma ação legítima para proteger a economia do Brasil. No entanto, Alckmin sublinhou que o governo federal continua focado em abrir canais de diálogo com Washington, buscando uma solução por meio da negociação.

A Lei da Reciprocidade e a resposta do Brasil

Alckmin destacou que o Congresso Nacional aprovou a Lei da Reciprocidade quase por unanimidade, e que o processo para aplicar a legislação já foi iniciado com a ativação do Itamaraty e a comunicação à Câmara de Comércio Exterior (Camex). O objetivo do governo é garantir a defesa dos interesses econômicos nacionais sem prejudicar as relações bilaterais com os Estados Unidos.

— “É um instrumento importante e necessário. Agora, o que esperamos é que isso ajude a acelerar o diálogo e as negociações”, afirmou Alckmin.

Comércio bilateral e a integração entre Brasil e EUA

O vice-presidente reforçou que a utilização da Lei da Reciprocidade não deve ser encarada como um rompimento das relações comerciais, mas como uma medida dentro das normas internacionais de comércio. Ele ressaltou a complementaridade das economias brasileira e americana, citando, como exemplo, o setor de aço, onde os dois países têm uma forte interdependência.

— “Nós somos o terceiro maior comprador de carvão siderúrgico dos EUA. Vendemos semiplano para os Estados Unidos, que utiliza esse produto para fabricar aço para diversos setores, como automóveis e aviões. A lógica do comércio exterior é justamente essa integração”, explicou.

Expectativa por negociações

Apesar da aplicação da Lei da Reciprocidade, Alckmin reiterou que o governo brasileiro não considera essa medida como um obstáculo ao diálogo. Segundo ele, o Brasil segue disposto a negociar, mas, até o momento, não há reuniões agendadas com autoridades norte-americanas para discutir o tarifaço.

— “Esperamos que isso possa ajudar a acelerar as negociações e encontrar uma solução para o impasse”, concluiu o vice-presidente.