
A rede de supermercados portuguesa Continente deu um novo passo na aproximação com o público brasileiro: após um projeto-piloto bem-sucedido na cidade de Braga, onde os brasileiros representam cerca de 8% da população, a empresa expandiu o uso do Pix como forma de pagamento para parte da região metropolitana de Lisboa. A reportagem é do portal Metrópoles.
Segundo a empresa, o sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central do Brasil já está disponível em mais de 20 lojas. A novidade é voltada para clientes com conta bancária brasileira, que podem realizar pagamentos em reais com câmbio garantido, visualização prévia de taxas e até a opção de parcelamento.
“O Pix é o principal sistema de pagamentos instantâneos utilizado no Brasil, permitindo transações rápidas e em reais, com câmbio garantido e possibilidade de pagamento parcelado”, afirma o Continente em seu site oficial. “Aproveite a facilidade e segurança no pagamento, tal como se estivesse no Brasil.”
A medida faz parte da estratégia da rede para melhorar a experiência de compra dos brasileiros que vivem em Portugal. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, mais de 510 mil brasileiros residem no país atualmente.
Tecnologia em expansão e alvo de polêmica internacional
Embora elogiado por sua praticidade, o Pix também tem sido alvo de controvérsias fora do Brasil. O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) abriu uma investigação sobre o sistema, alegando possíveis “práticas desleais” que favoreceriam serviços desenvolvidos pelo governo brasileiro e poderiam comprometer a competitividade de empresas estadunidenses no setor de pagamentos eletrônicos.
A medida foi anunciada poucos dias após o presidente Donald Trump decretar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. No documento da investigação, o USTR menciona diretamente “comércio digital e serviços de pagamento eletrônico”, apontando que plataformas como o Pix podem gerar desequilíbrios no mercado internacional.
O texto afirma que os serviços brasileiros “parecem se engajar em uma série de práticas desleais, que não se limitam a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo e podem prejudicar a competitividade das empresas americanas que atuam no comércio digital e em serviços de pagamento eletrônico”.
Lançado em 2020, o Pix conquistou rapidamente a adesão dos brasileiros. Em janeiro de 2021, ultrapassou a TED em número de transações. No ano seguinte, superou o uso de cartões de débito e, já em fevereiro de 2022, passou também os cartões de crédito, consolidando-se como o meio de pagamento mais utilizado no Brasil.
Mesmo com a repercussão internacional, a adoção do Pix em redes como o Continente reforça o impacto da tecnologia brasileira fora do país e evidencia o crescimento da presença da comunidade brasileira no mercado de consumo europeu.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/alvo-de-investigacao-dos-eua-pix-faz-sucesso-em-portugal/