13 de dezembro de 2024
Argentina em último lugar no mundo: expectativas de emprego para
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O que mais afeta a má projeção é a queda do consumo e a falta de investimentos.

Embora as variáveis ​​econômicas na Argentina tenham melhorado ao longo do ano, com a descida sustentada da inflação durante 4 meses consecutivos, mas com variáveis ​​importantes a melhorar, como o consumo que ainda não se recuperou e a falta de investimentos concretos, aumenta a preocupação dos argentinos com a variável trabalho, à luz dos últimos dados revelados por uma pesquisa privada em que a Argentina volta a ter as piores expectativas de emprego do mundo.

“Ter uma economia saudável é necessário, mas nem sempre suficiente para a criação de empregos”, responde Luis Guastini, Diretor Geral e Presidente do ManpowerGroup Argentina à questão de por que, dada a melhoria da situação em comparação com um ano atrás, os dados sobre emprego continuam ruins.

“Embora haja um ligeiro otimismo na recuperação econômica para o próximo ano, isso ainda não se reflete nas expectativas de contratação. Pelo contrário, os empregadores mantêm uma postura cautelosa de acordo com os resultados da nossa pesquisa”, acrescentou em diálogo com o Clarín.

E quando questionado sobre o que falta à Argentina para reverter essas más projeções, Guastini falou de dois fatores-chave para a criação de empregos que “vemos em outros países”: “Uma chegada consistente de investimentos e uma demanda consistente por produtos e serviços oferecidos pela atividade”.

Segundo a pesquisa, nos primeiros três meses de 2025, a Argentina volta a ter a pior expectativa de emprego do mundo. Num contexto ainda recessivo, a Expectativa Líquida de Emprego (ENE) é de -1%, o que representa uma queda de 5 pontos percentuais na comparação trimestral e não há alterações em termos homólogos.

Os dados resultam do último inquérito que o ManpowerGroup apresentou esta terça-feira e dos resultados do Inquérito às Expectativas de Emprego correspondente ao primeiro trimestre de 2025, que se refere ao período de janeiro a março.

O também Diretor de Talent Solution para a América Latina explicou que “se você quebrar esse menos um e ver por atividades, você tem algumas que são as que sustentam esse número, porque senão seria muito menor: tecnologia, ou seja, tudo o que é conhecimento, energia e indústria mineira”.

Nesse sentido, reforçou o conceito: “Se você olhar, são três atividades que têm um fluxo de investimentos contínuos e uma demanda consistente pelos produtos e serviços oferecidos dentro dessa atividade”. “Agora quem joga os dados muito para baixo são aqueles que estão ligados ao consumo, desde a produção de bens e serviços, ao marketing e logística”, disse.

Os dados obtidos após entrevistar mais de 700 empregadores argentinos mostram também que “na Argentina, seja um período de maior ou menor estabilidade, o emprego não cresceu”.

“Ainda não estamos assistindo a uma chegada forte de investimentos, há medidas como o RIGI e outras que vão nesse sentido, mas ainda não produzem um efeito cascata ao nível do emprego. Estamos sendo muito cautelosos em relação ao que será a atividade econômica no primeiro semestre do ano”, acrescentou Guastini.

Sobre os grandes desafios que o país enfrenta até 2025, para o especialista há grande expectativa de aumento de produtividade: “É algo que se instalou na agenda do empresariado e é ótimo que aconteça assim”. “Sim, será necessário ter um contexto que o permita e investimentos que permitam modernizar o sistema produtivo nos setores em que ainda não estão atualizados”, esclareceu.

Setor por setor

Em cinco das nove atividades econômicas inquiridas, os empregadores esperam aumentar a sua folha de pagamento durante o primeiro trimestre de 2025. O setor das Tecnologias de Informação lidera esta tendência com um ENE de +16%, seguido pela Energia e Serviços Públicos, com um ENE de +13 %, e Indústrias e Materiais com ENE de +10%. Pelo contrário, os Bens de Consumo e Serviços reportam as expectativas de contratação mais fracas com uma ENE de -5%.

Em comparação com o último trimestre de 2024, as expectativas de contratação enfraquecem em sete dos nove setores industriais pesquisados. A maior queda é registrada por Transportes, Logística e Automotivo, com queda de 9 pontos percentuais; seguindo-se Energia e Serviços Públicos, Serviços de Comunicação e Finanças e Imobiliário, que apresentaram uma diminuição de 6 pontos percentuais.

Na comparação homóloga, as expectativas fortalecem-se em sete das nove atividades econômicas. O aumento mais significativo é observado em Finanças e Imobiliário com 17 pontos percentuais e Saúde e Ciências da Vida com 13 pontos.

Comparações regionais

Em três das seis regiões do país pesquisadas, os empregadores esperam aumentar sua folha de pagamento durante o primeiro trimestre de 2025. O Noroeste Argentino (NOA) lidera esta tendência, com um ENE de +15%, seguido pela região de Cuyo, com um JAN +13%; enquanto o Nordeste Argentino (NEA) apresenta as expectativas de contratação mais fracas, revelando uma ENE de -7%.

Em comparação com o trimestre anterior, os resultados indicam que as intenções de contratação estão a fortalecer-se em duas das seis regiões. A NOA lidera esta tendência com um aumento de 19 pontos percentuais, seguida por Cuyo, com uma melhoria de 11 pontos. Pelo contrário, o Nordeste da Argentina (NEA) apresenta uma diminuição de 18 pontos percentuais.

Na comparação anual, as expectativas aumentam em três das seis regiões pesquisadas. O crescimento mais significativo é observado na NOA, com um aumento de 10 pontos percentuais. Enquanto isso, o NEA apresenta queda de 14 pontos.

No resto do mundo

Na América, onze dos doze países inquiridos esperam aumentos nas suas expectativas de contratação para o primeiro trimestre de 2025. Os Estados Unidos e o México apresentam as maiores expectativas na região com uma ENE de +34% e +32% respetivamente, seguidos pela Costa Rica (ENE de +31%). Pelo contrário, a Argentina é o país com as expectativas mais fracas na região (ENE de -1%), seguida pelo Chile (ENE de +9%) e Porto Rico (ENE de +12%).

Globalmente, os empregadores planejam aumentar as suas folhas de pagamento em 41 dos 42 países e territórios pesquisados.

Publicado pelo Clarin em 10/12/2024 – 13h57

Por Soledade Navarro – Editora da seção Economia

Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/12/13/argentina-em-ultimo-lugar-no-mundo-expectativas-de-emprego-para-o-primeiro-trimestre-de-2025-caem/