A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 226,7 bilhões em novembro, informou nesta segunda-feira (22) a Receita Federal. O valor representa crescimento real de 3,75% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram arrecadados R$ 218,5 bilhões, já corrigidos pela inflação.
O resultado também marcou o maior volume já registrado para meses de novembro desde o início da série histórica da Receita, em 1995. Segundo o órgão, o desempenho foi influenciado por mudanças tributárias adotadas ao longo do ano e pelo ambiente de juros elevados.
O que puxou a arrecadação
O recorde mensal contou com a contribuição do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo em meados de maio. Outro fator relevante foi a tributação das bets, incluindo a arrecadação de loterias, que rendeu R$ 850 milhões em novembro.
Também ajudaram no resultado o crescimento do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras, impulsionado pela taxa de juros elevada, e a arrecadação com juros sobre capital próprio. De acordo com a Receita, esses itens ampliaram a base de receitas no período.
Parcial do ano também é recorde
Nos onze primeiros meses do ano, a arrecadação federal somou R$ 2,59 trilhões em valores nominais. Corrigido pela inflação, o total alcançou R$ 2,62 trilhões de janeiro a novembro, crescimento real de 3,25% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram arrecadados R$ 2,54 trilhões.
Esse desempenho também é recorde histórico para o intervalo de onze meses. Além do IOF, a elevação das receitas foi influenciada por medidas adotadas nos últimos anos, como a tributação de fundos exclusivos e offshores, mudanças na tributação de incentivos concedidos por estados, retomada da tributação de combustíveis, cobrança sobre encomendas internacionais, reoneração gradual da folha de pagamentos e o fim de benefícios ao setor de eventos, conhecido como Perse.
Impacto na meta fiscal
A alta da arrecadação é considerada estratégica pelo governo para tentar zerar o déficit das contas públicas em 2025, meta prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024. O arcabouço fiscal, porém, prevê uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto.
Na prática, o governo pode registrar um déficit de até 0,25% do PIB, cerca de R$ 31 bilhões, sem descumprir formalmente a meta. Para o cálculo, ainda são excluídos R$ 44,1 bilhões em precatórios. Já para 2026, a meta é mais ambiciosa: alcançar superávit primário de 0,25% do PIB, estimado em aproximadamente R$ 34 bilhões.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/arrecadacao-federal-atinge-r-2267-bilhoes-em-novembro-e-bate-recorde-historico/
