
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (30) que dobrará as tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevando-as de 25% para 50%. A medida, que deve entrar em vigor na próxima quarta-feira (4), tem como objetivo proteger a indústria siderúrgica norte-americana de importações consideradas desleais, especialmente contra o que classificou como “dumping” de aço estrangeiro. Entre os países mais afetados está o Brasil, que é um dos maiores fornecedores desses metais para o mercado americano, segundo relatório do American Iron and Steel Institute.
“Não vamos permitir que o aço seja vendido no exterior sem a devida proteção. As taxas protegem o aço dos EUA contra dumping. Ninguém vai evitá-las”, declarou Trump em discurso na fábrica da US Steel, localizada em Pittsburgh. Nas redes sociais, o presidente comemorou o fortalecimento dos setores siderúrgicos americanos: “Nossos setores de aço e alumínio estão se recuperando como nunca antes. Essa será mais uma GRANDE sacudida de ótimas notícias para nossos maravilhosos trabalhadores”.
De acordo com dados de 2024, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, enviando 4,49 milhões de toneladas – um crescimento de 14,1% em relação ao ano anterior, quando as exportações somaram 3,94 milhões de toneladas. O país responde por 61% das exportações brasileiras de aço, que totalizaram 9,6 milhões de toneladas no ano passado, segundo relatório do banco Itaú. Para comparação, em 2015, os Estados Unidos correspondiam a apenas 40% das compras brasileiras do produto.
O impacto do anúncio repercutiu imediatamente no mercado financeiro. Os American Depositary Receipts (ADRs) da Gerdau, uma das maiores siderúrgicas brasileiras, subiram 6,46% no pregão estendido da Bolsa de Nova York, chegando a US$ 2,80 por ação. A siderúrgica, que possui fábricas nos Estados Unidos, é vista por analistas como uma das beneficiadas pela nova política tarifária americana, ao contrário de outras empresas brasileiras do setor que enfrentam cenário mais desfavorável.
Durante seu discurso, Trump destacou que a decisão foi motivada pelo pedido do próprio CEO da US Steel, que buscava auxílio para salvar a empresa diante da concorrência externa. “A China estava inundando o mercado de aço dos EUA. Evitaremos o aço de baixa qualidade de Xangai”, afirmou o presidente, referindo-se à prática que considerou predatória por parte do gigante asiático.
Trump também comemorou a recente parceria da US Steel com a japonesa Nippon Steel, que prevê um investimento de US$ 14 bilhões na siderúrgica americana. “A Nippon insistiu muito no controle da US Steel, mas nós a manteremos. Eles também investirão US$ 2,2 bilhões para aumentar a produção nos EUA. Todos os trabalhadores siderúrgicos americanos manterão seus empregos”, garantiu.
Além disso, Trump ressaltou que a parceria com o Japão é estratégica e fortalecerá a indústria siderúrgica dos EUA, mantendo empregos e investimentos no país. A expectativa é que essa união gere um impacto econômico positivo de US$ 14 bilhões para a economia americana.
Essa nova etapa da política tarifária americana reforça a tendência de protecionismo que vem sendo adotada pelo governo Trump para fortalecer setores industriais domésticos, ainda que isso possa provocar tensões comerciais internacionais, especialmente com parceiros importantes como o Brasil.
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