28 de junho de 2025
Azul entra com pedido de recuperação judicial e ações despencam
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A Azul anunciou nesta quarta-feira (28) que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, no chamado Chapter 11, numa tentativa de reorganizar sua estrutura financeira e superar as dificuldades geradas nos últimos anos. Segundo a companhia aérea, o processo permitirá que a empresa continue operando normalmente enquanto negocia a redução do endividamento e obtém novos financiamentos para garantir a sustentabilidade no longo prazo.

De acordo com o comunicado oficial, a recuperação judicial prevê US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas. Além disso, a Azul espera receber até US$ 950 milhões em novos aportes de capital ao sair do processo. A empresa reafirma que seguirá mantendo seus compromissos com passageiros, fornecedores e demais públicos de interesse, incluindo a continuidade das operações regulares de voos e reservas.

O CEO da Azul, John Rodgerson, atribui as dificuldades financeiras da companhia à combinação de fatores como o impacto da pandemia de Covid-19, que afetou drasticamente a aviação global, além das turbulências macroeconômicas recentes e problemas na cadeia de suprimentos do setor aéreo. “Este processo permitirá à Azul reestruturar sua dívida de forma sustentável, preservando empregos e garantindo a continuidade dos serviços aos clientes”, destacou Rodgerson no comunicado.

A medida recebeu o apoio dos principais stakeholders da Azul, incluindo detentores de títulos da companhia, a AerCap — maior arrendadora da empresa — e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines. Mesmo assim, a notícia provocou forte reação negativa no mercado: as ações da Azul na Bolsa de Nova York chegaram a cair 40% antes da abertura do pregão.

Com esse pedido, a Azul se torna a segunda grande aérea brasileira a recorrer ao Chapter 11 nos Estados Unidos para enfrentar a crise financeira. A Gol já havia adotado o mesmo caminho em janeiro deste ano, reforçando o cenário desafiador para o setor aéreo nacional, que ainda luta para se recuperar dos efeitos da pandemia e das instabilidades econômicas.

Apesar do momento delicado, a Azul reforça que o processo de recuperação judicial é uma ferramenta para preservar o valor da empresa, permitir sua reorganização e assegurar que continue oferecendo serviços essenciais aos milhões de passageiros que dependem da companhia para se deslocar pelo Brasil e no exterior.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/azul-entra-com-pedido-de-recuperacao-judicial-e-acoes-despencam-40/