21 de junho de 2025
Banco Central eleva Selic a 15% e sinaliza possível fim
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Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (18) a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, fixando-a em 15,00% ao ano — o maior patamar desde julho de 2006. Apesar da nova alta, o BC indicou que pode interromper o ciclo de aperto monetário já na próxima reunião, marcada para os dias 6 e 7 de agosto, caso o cenário projetado de inflação e atividade econômica se concretize.

Segundo comunicado divulgado após a decisão, o comitê considera que o atual quadro — caracterizado por uma inflação ainda acima da meta, expectativas desancoradas e economia com sinais de resiliência — exige a manutenção de juros elevados “por período bastante prolongado”. No entanto, ao contrário do tom adotado anteriormente, a autoridade monetária passou a considerar a possibilidade de interromper os aumentos e avaliar os efeitos já acumulados da política contracionista.

“Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros”, diz a nota. Trata-se de uma mudança relevante em relação ao comunicado anterior, que apenas reiterava a necessidade de juros “significativamente contracionistas” sem qualquer menção a pausa.

Apesar da sinalização, o Copom reforçou que os juros continuarão em nível elevado por um período extenso. A ideia, segundo o colegiado, é assegurar a convergência da inflação à meta:
“[O Comitê] avaliará se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, apontou o texto.

Incertezas externas e riscos simétricos

O Copom também destacou que o ambiente internacional segue especialmente incerto, com foco nos rumos da política fiscal e comercial dos Estados Unidos, fatores que contribuem para maior volatilidade nos mercados. No plano doméstico, a atenção permanece voltada à condução da política fiscal e à força do mercado de trabalho.

O BC reiterou a existência de riscos simétricos para a inflação, ou seja, tanto para cima quanto para baixo. Entre os fatores de alta estão as expectativas ainda desancoradas, a pressão sobre os serviços e a desvalorização do real. Já entre os vetores de queda estão a possibilidade de desaceleração econômica interna ou global e a baixa nos preços das commodities.

Até a próxima reunião em agosto, os agentes de mercado devem acompanhar com atenção os dados de inflação de junho e julho, além de eventuais desdobramentos fiscais que possam influenciar o rumo da política monetária.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/banco-central-eleva-selic-a-15-e-sinaliza-possivel-fim-do-ciclo-de-alta-em-agosto/