31 de julho de 2025
Banco Central mantém juros em 15%; Brasil segue com a
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (30) manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, interrompendo um ciclo de altas iniciado em setembro do ano passado. Com a decisão, o Brasil permanece com a segunda maior taxa de juros reais do mundo — ou seja, descontada a inflação —, atrás apenas da Turquia.

Os juros reais brasileiros subiram de 9,53% ao ano em junho para 9,76% ao ano em julho. No mesmo período, a taxa real da Turquia caiu de 14,44% para 10,08% ao ano. A posição brasileira ainda está à frente de países como Argentina (6,70%), África do Sul (5,29%) e Rússia (4,86%).

O cálculo leva em consideração a inflação projetada para os próximos 12 meses — que, no caso brasileiro, é de 4,53% segundo o Boletim Focus — e os juros de mercado para o mesmo período.

Em termos nominais, a taxa brasileira figura na 4ª posição do ranking mundial, atrás de Turquia (43%), Argentina (29%) e Rússia (18%). Fica, no entanto, acima de Colômbia (9,25%), México (8%) e África do Sul (7,25%).

A manutenção da Selic ocorre no maior nível registrado desde julho de 2006, quando os juros estavam em trajetória de queda após atingirem o pico de 19,75% ao ano no auge do escândalo do mensalão. Agora, o patamar de 15% marca o fim de um ciclo de alta que durou dez meses, com sete elevações consecutivas e um aumento acumulado de 4,5 pontos percentuais.

Esse movimento começou ainda na gestão de Roberto Campos Neto à frente do BC. A primeira elevação foi de 0,25 ponto percentual, em setembro de 2024, e logo depois o comitê acelerou o ritmo. Em dezembro, na última reunião sob comando de Campos Neto, o Copom promoveu uma alta mais agressiva de um ponto percentual e sinalizou mais dois aumentos de mesma magnitude, o que de fato ocorreu em janeiro e março de 2025.

A decisão de agora sinaliza uma inflexão da política monetária, embora a taxa permaneça elevada diante de um cenário global ainda volátil e de pressões inflacionárias internas persistentes.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/banco-central-mantem-juros-em-15-brasil-segue-com-a-segunda-maior-taxa-real-do-mundo/