23 de agosto de 2025
Banco do Brasil pede à AGU medidas contra fake news
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O Banco do Brasil (BB) acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para que adote medidas jurídicas contra perfis bolsonaristas responsáveis por disseminar fake news nas redes sociais. As publicações em questão incentivam clientes a retirarem recursos da instituição, associando-a a supostas sanções internacionais e a boatos envolvendo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em ofício encaminhado à AGU, o banco afirma que os ataques digitais configuram ameaça não apenas à sua imagem, mas também à estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. O documento destaca que “ameaças direcionadas a minar recursos internalizados no Banco do Brasil, por intermédio da disseminação de fake news quanto à existência de sanções estrangeiras ou bloqueio de ativos de magistrados da Suprema Corte, comprometem a ordem econômica, financeira e social, além do desenvolvimento econômico equilibrado do país”.

A onda de desinformação ganhou força após notícias sobre a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na chamada Lei Magnitsky, dos Estados Unidos, que prevê sanções financeiras a autoridades estrangeiras. Perfis alinhados ao bolsonarismo passaram a vincular falsamente esse episódio a riscos para correntistas do Banco do Brasil.

Estratégia de contenção

Desde o início da semana, a diretoria do BB adotou uma operação de “contenção de danos”. Executivos ligaram diretamente para os 100 maiores investidores da instituição para explicar os boatos e reforçar a segurança do banco. Gerentes e funcionários também foram orientados a esclarecer dúvidas de clientes nas agências.

Em comunicado, o BB informou que identificou “publicações inverídicas e maliciosas que disseminam informação em redes sociais, com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira”.

A instituição afirmou que não tolerará declarações enganosas e ressaltou que recorrerá à Justiça. “O banco tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários”, diz a nota.

Base legal e conformidade internacional

O Banco do Brasil destacou que a divulgação de informações falsas sobre instituições financeiras configura crime, previsto na Lei 7.492/1986, que trata de delitos contra o sistema financeiro nacional. A legislação prevê pena de dois a seis anos de prisão, além de multa.

O comunicado também reforçou a atuação internacional da instituição: “Com mais de 80 anos de presença no exterior, o Banco do Brasil atua em conformidade com a legislação brasileira, normas de mais de 20 países e padrões internacionais do sistema financeiro”.

O banco informou ainda contar com assessoramento jurídico especializado para garantir governança, integridade e segurança financeira, reforçando o compromisso de oferecer “soluções responsáveis, seguras e sustentáveis” a seus clientes.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/banco-do-brasil-pede-a-agu-medidas-contra-fake-news-bolsonaristas/