1 de dezembro de 2025
BNDES financia R$ 4,64 bilhões para obras em Congonhas e
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um aporte de R$ 4,64 bilhões para financiar parte dos investimentos da operadora espanhola Aena em 11 aeroportos brasileiros, incluindo o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O financiamento integra o pacote de concessões da 7ª rodada do setor aeroportuário, leiloada em agosto de 2022.

Na ocasião, o bloco concedido previa R$ 7,3 bilhões em investimentos totais e uma outorga de R$ 2,4 bilhões, valor pago pela Aena para assumir a administração dos terminais. Agora, com a formalização do financiamento, a empresa avança para a etapa mais robusta do projeto.

Estrutura do financiamento e participação de investidores

O pacote de R$ 5,7 bilhões reúne duas frentes: uma emissão de títulos de dívida e um empréstimo direto concedido pelo BNDES. A maior parcela, de R$ 5,3 bilhões, foi levantada por meio dos títulos coordenados pelo banco de fomento em parceria com o Santander. Desse montante, R$ 4,24 bilhões foram adquiridos pelo próprio BNDES e pouco mais de R$ 1 bilhão ficou com demais investidores.

Além disso, o banco aprovou um empréstimo adicional de R$ 400 milhões às concessionárias, completando o total do financiamento. Com isso, a participação do BNDES chega aos R$ 4,64 bilhões.

Bloco reúne aeroportos estratégicos no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste

Além de Congonhas, o bloco administrado pela Aena inclui os aeroportos de Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá (MS); Santarém, Marabá, Carajás e Altamira (PA); Uberlândia, Uberaba e Montes Claros (MG). Trata-se de um dos maiores pacotes de concessões já assumidos por uma única operadora no país, abrangendo terminais com demandas e perfis regionais distintos.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o projeto deve ampliar o número de passageiros e melhorar a qualidade dos serviços. Segundo ele, o esforço integra a estratégia federal de fortalecer a infraestrutura aeroportuária diante do aumento contínuo da demanda aérea. O objetivo é assegurar “qualidade do atendimento e conforto, tendo em vista que o número vem crescendo com a expansão sustentada da economia”.

Obras devem gerar empregos e modernizar operação

De acordo com o banco, o pacote financiará a fase mais pesada das obras previstas em contrato. Isso envolve ampliação de capacidade operacional, adequação às normas de infraestrutura e melhorias estruturais e de sustentabilidade. A previsão é que Congonhas conclua suas intervenções em junho de 2028, enquanto os demais aeroportos devem finalizar as obras até junho de 2025.

O BNDES estima que a execução dos trabalhos gerará 700 empregos diretos. Após a conclusão e ampliação dos terminais, outros 2 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, devem surgir.

Congonhas receberá R$ 2 bilhões em investimentos, incluindo um novo terminal de passageiros de 105 mil metros quadrados, mais que o dobro da área atual, considerado um dos maiores projetos de expansão já planejados para o aeroporto paulistano.

Operadora internacional amplia presença no Brasil

A Aena é uma das maiores administradoras aeroportuárias do mundo. Na Espanha, opera 46 aeroportos e dois heliportos. Participa também da gestão de Londres-Luton, no Reino Unido, com 51% de participação, além de administrar 12 terminais no México e outros dois na Jamaica.

No Brasil, além do bloco atual, a operadora administra os aeroportos de Recife, Maceió, Aracaju, João Pessoa, Juazeiro do Norte e Campina Grande, concedidos na 5ª rodada em 2019. Para essa etapa, a empresa já havia tomado R$ 1 bilhão em financiamentos junto ao BNDES.

A nova operação consolida a expansão da Aena no país e reforça o papel do banco de fomento como principal alavanca de investimentos em infraestrutura aeroportuária.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/bndes-financia-r-464-bilhoes-para-obras-em-congonhas-e-outros-10-aeroportos-da-aena/