As projeções de inflação para 2024 ficaram praticamente coladas ao teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro estimam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 4,56%. O limite máximo de tolerância é de 4,50%.
Esta é a quinta revisão consecutiva para baixo nas expectativas de inflação, indicando uma melhora gradual no cenário econômico. O boletim, que reúne previsões de mais de uma centena de instituições financeiras, mostra que as projeções do IPCA também caíram para os próximos anos: 4,20% em 2026, 3,82% em 2027 e 3,54% em 2028.
O resultado do IPCA-15, prévia da inflação de outubro, divulgado na última sexta-feira (24), reforçou essa tendência. O índice subiu apenas 0,18%, abaixo do esperado pelo mercado, e foi influenciado pela deflação dos alimentos consumidos em casa, que recuaram pelo quinto mês consecutivo.
Efeito dos alimentos e do câmbio
A queda dos preços dos alimentos foi um dos principais fatores que contribuíram para a desaceleração da inflação. O comportamento favorável do câmbio também teve peso importante, com o dólar apresentando estabilidade nas últimas semanas.
A combinação desses elementos faz com que parte dos economistas já veja espaço para que a inflação de 2024 fique até levemente abaixo do teto da meta — algo que, até recentemente, era considerado improvável.
Crescimento econômico e câmbio
Apesar da melhora nas expectativas inflacionárias, o mercado financeiro reduziu ligeiramente a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de 2,17% para 2,16%. A estimativa para 2024 segue em torno de 2,1%, sugerindo um ritmo de expansão moderado para a economia brasileira nos próximos trimestres.
A cotação do dólar também foi ajustada: os economistas consultados esperam que a moeda estadunidense encerre o ano em R$ 5,41, ante previsão anterior de R$ 5,45.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/boletim-focus-mercado-projeta-inflacao-pela-1a-vez-proxima-ao-teto-da-meta/
