3 de novembro de 2025
Boletim Focus: mercado reduz projeções de inflação para 2025, mas
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A previsão do mercado financeiro para a inflação oficial do país em 2025 foi levemente ajustada para baixo, passando de 4,56% para 4,55%, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central. O relatório, publicado semanalmente, reúne as projeções de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país.

Mesmo com a pequena redução, a projeção ainda ultrapassa o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — ou seja, entre 1,5% e 4,5%.

Para os próximos anos, as estimativas seguem uma trajetória de desaceleração: 4,2% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028. Os números indicam uma expectativa de estabilidade gradual nos preços, após um período de oscilações influenciado por custos de energia e alimentos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — referência da inflação oficial — subiu 0,48% em setembro, pressionado pela alta da conta de luz. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 5,17%, acima da meta perseguida pelo BC.

Juros altos devem continuar por longo período

O Banco Central deve manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano por mais tempo do que o previsto inicialmente. Essa é a principal ferramenta da autoridade monetária para conter a inflação.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro, o colegiado decidiu pela manutenção da taxa e reforçou, em ata, a necessidade de mantê-la “por período bastante prolongado” para garantir que a inflação volte à meta.

O Copom volta a se reunir nesta semana, nos dias 4 e 5, para reavaliar a política monetária. O mercado aposta em nova manutenção, refletindo as incertezas do cenário internacional e a moderação no ritmo de crescimento interno.

As projeções do boletim Focus apontam que a Selic deve encerrar 2025 ainda em 15% ao ano, com redução para 12,25% em 2026. Para 2027 e 2028, o mercado prevê novas quedas, para 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o BC eleva os juros, busca conter a demanda e desacelerar o consumo, o que tende a reduzir a pressão sobre os preços. Por outro lado, taxas elevadas encarecem o crédito, restringem investimentos e dificultam o crescimento da economia.

Economia brasileira mantém ritmo moderado de crescimento

O boletim Focus manteve a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,16% para 2025. Para os próximos anos, as estimativas seguem em 1,78% (2026), 1,9% (2027) e 2% (2028), sinalizando expectativa de estabilidade econômica, mas sem aceleração significativa.

O desempenho recente da economia tem sido sustentado principalmente pelos setores de serviços e indústria. No segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 0,4%, mantendo o ritmo positivo observado desde 2021. Em 2024, o crescimento acumulado foi de 3,4%, o quarto consecutivo e o mais expressivo desde 2021, quando o país registrou alta de 4,8%.

Dólar deve encerrar o ano acima de R$ 5,40

A expectativa para o câmbio também foi revisada. O mercado prevê que o dólar feche 2025 cotado a R$ 5,41, ligeiramente acima da média atual. Para o fim de 2026, a estimativa é de R$ 5,50.

A estabilidade do câmbio, segundo analistas, dependerá do comportamento das taxas de juros nos Estados Unidos e da evolução das exportações brasileiras, especialmente de commodities agrícolas e minerais.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/boletim-focus-mercado-reduz-previsao-da-inflacao-pela-6a-semana-consecutiva/