11 de abril de 2025
Bolsas da Europa e da Ásia despencam, repercutindo tarifas de
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Os mercados financeiros globais enfrentam mais um dia de forte aversão ao risco nesta sexta-feira (4), com as bolsas de valores apresentando quedas ainda mais expressivas do que as registradas no dia anterior.

Esse desempenho negativo é reflexo do anúncio do “tarifaço” feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos importados de diversos países ao redor do mundo.

Além disso, o mercado também reagiu à resposta dada pela China nesta sexta-feira. O país asiático, que passou a arcar com uma tarifa adicional de 34% sobre todas as importações vindas dos EUA, retaliou com tarifas na mesma proporção.

Investidores estão preocupados de que a guerra tarifária leve a uma pressão significativa sobre a inflação nos Estados Unidos e em outros países que impuserem medidas semelhantes, além de uma possível desaceleração econômica na maior economia global, com risco de recessão.

Na Europa, os principais índices sofreram grandes perdas. O índice Euro Stoxx 50, que reúne ações de 50 das maiores empresas do continente, teve uma queda de 5,35%.

Na Ásia, os mercados também fecharam em baixa.

Veja o desempenho das principais bolsas da União Europeia, por volta das 08h30:

  • o DAX, da Alemanha, caía 5,54%
  • 🇫🇷 o CAC 40, da França, caía 4,66%
  • 🇮🇹 o Itália 40, da Itália, caía 7,64%
  • 🇪🇸 o IBEX 35, da Espanha, caía 6,53%
  • 🇳🇱 o AEX, da Holanda, caía 4,14%

Fora do bloco, o Reino Unido também enfrenta um pregão negativo. O principal índice acionário do país, o FTSE 100, caiu 4,27%. Trump impôs tarifas de 10% sobre os produtos vindos de lá.

Já o índice SMI, da Suíça, país sobre o qual Trump decretou tarifas de 31%, tinha uma queda ainda mais expressiva, de 5,60%.

A Ásia também teve um pregão de queda por toda parte. Os países do continente foram alguns dos mais afetados pelas tarifas de Trump.

Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas:

  • 🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,52%
  • 🇯🇵 Nikkei 225, do Japão, caiu 2,80%
  • 🇬🇸 Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,86%
  • 🇹🇭 SET, da Tailândia, caiu 3,15%
  • 🇮🇳 Nifty 50, da Índia, caiu 1,49%

A reação ao ‘tarifaço’ de Trump

Nesta quarta-feira, Trump detalhou as tarifas recíprocas que prometeu desde o início de seu mandato. O presidente esclareceu que as tarifas impostas sobre os produtos de outros países serão, no mínimo, metade das tarifas que esses países aplicam sobre os produtos importados dos EUA.

As regiões mais impactadas foram a Ásia e o Oriente Médio, com taxas que superam 40% em alguns casos. A Europa também sofreu consideráveis efeitos das tarifas anunciadas pelo presidente, que descreveu os comerciantes europeus como “muito duros”.

O Brasil entrou na categoria que recebeu as tarifas mais brandas, de 10% sobre todas as importações.

Trump chamou o anúncio das tarifas recíprocas de “Dia da Libertação”, com o objetivo de “libertar” os EUA de produtos estrangeiros.

O mercado internacional reagiu negativamente ao anúncio, uma vez que tarifas mais altas sobre a maioria dos produtos que chegam aos EUA devem encarecer não só os produtos finais, mas também diversos insumos utilizados na produção de bens e serviços no país.

Especialistas apontam que esse aumento de custos pode pressionar a inflação e reduzir o consumo, o que pode desacelerar, ou até provocar uma recessão, na maior economia do mundo — fator que contribui para a desvalorização do dólar neste pregão.

Além disso, as respostas de outros países, como a China, que ameaçam ou anunciam tarifas sobre os EUA, geram ainda mais cautela sobre os efeitos de uma guerra comercial.

Caso outros países também adotem tarifas, a inflação nesses locais pode aumentar e a atividade econômica desacelerar. Há receios de que a guerra tarifária reduza a demanda global por bens e serviços.

A China, segunda maior economia mundial, terá seus produtos tarifados em 34%. Países como Vietnã, Bangladesh e Tailândia terão tarifas de 46%, 37% e 36%, respectivamente. A Coreia do Sul e o Japão terão tarifas de 25% e 24%.

A resposta da China

Nesta sexta-feira (4), a China anunciou que vai aplicar tarifas de 34% sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos, em retaliação ao “tarifaço” anunciado por Trump na quarta-feira (2). A porcentagem estabelecida por Pequim é a mesma que Washington começará a aplicar sobre os produtos chineses.

O ministro das Finanças da China, ao anunciar o pacote de tarifas nesta sexta-feira, afirmou que a nova taxa começará a valer a partir da próxima quinta-feira (10).

As tarifas impostas por Trump sobre produtos de diversos países têm causado repercussões negativas nos mercados globais. As medidas da China, nesse contexto, agravam ainda mais a situação, já que investidores temem os efeitos econômicos de uma guerra comercial.

As bolsas asiáticas fecharam com quedas ainda mais acentuadas do que as do dia anterior, enquanto a Europa se encaminha para um cenário semelhante, com perdas generalizadas na casa dos 6%.

O governo chinês também anunciou a imposição de controles sobre a exportação de terras raras para os EUA. Esses materiais, difíceis de encontrar ao redor do mundo, são fundamentais para a produção de muitos produtos tecnológicos, como chips para celulares, computadores e cartões.

Alguns dos materiais cujas exportações serão controladas pela China incluem samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio. Essas restrições começam a valer nesta sexta-feira.

“O objetivo da implementação do governo chinês de controles de exportação sobre itens relevantes de acordo com a lei é proteger melhor a segurança e os interesses nacionais e cumprir obrigações internacionais como a não proliferação”, disse o Ministério do Comércio em um comunicado.

Ainda, a imprensa estatal chinesa afirma que o governo colocou 11 empresas estadunidenses na lista de entidades não confiáveis do país, alegando que essas cooperaram militar e tecnologicamente com Taiwan, “prejudicando seriamente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”.

Agora, essas empresas estão proibidas de se envolver em atividades de importação e exportação e de investirem na China.

Com informações do g1.

Leia mais:

China anuncia taxa de 34% sobre todos os produtos dos EUA em retaliação ao tarifaço de Trump

Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsas-da-europa-e-da-asia-despencam-repercutindo-tarifas-de-trump-e-retaliacao-da-china/