
Diante de um cenário financeiro desafiador, os Correios anunciaram, nesta terça-feira (13), um pacote de medidas para cortar 12% de seus custos operacionais e reequilibrar as contas da estatal. O plano inclui desde a venda de imóveis ociosos e revisão de contratos até a modernização da malha logística e o incentivo à redução de jornada — com consequente corte de salários — para os servidores, informa o g1.
No ano passado, os Correios registram resultado negativo de R$ 2,6 bilhões. De acordo com a direção da empresa, o objetivo é não apenas conter gastos, mas também aumentar a receita em até R$ 3,1 bilhões. “O momento exige responsabilidade e criatividade. Vamos otimizar a operação sem abrir mão da nossa missão pública”, afirmou o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, em coletiva à imprensa.
Entre as ações previstas para enxugar as despesas estão:
Compartilhamento de unidades operacionais;
Redução de custos com manutenção predial e de equipamentos;
Otimização da malha de transporte terrestre e aéreo;
Revisão de contratos nas 10 maiores Superintendências Estaduais;
Reestruturação da rede de atendimento ao público.
Além disso, a empresa aposta em ferramentas tecnológicas para modernizar a gestão. Está em desenvolvimento a aplicação de sistemas de inteligência artificial e automação no monitoramento de cargas e na operação logística.
Outra frente da reestruturação será a busca por novas fontes de receita. O principal projeto nesse sentido é o lançamento da plataforma “Mais Correios”, previsto para o dia 19 de maio. Inicialmente voltado para os servidores da empresa, o marketplace deverá ser ampliado ao público em geral. Nele, consumidores poderão comprar produtos de diferentes categorias com entrega feita pelos próprios Correios.
A estatal também pretende fortalecer sua presença em quatro frentes comerciais:
Segmento internacional e de encomendas: com novos modelos operacionais, precificação personalizada e reforço comercial;
Setor público: criação de soluções logísticas e de comunicação para governos nas áreas de educação, saúde e e-commerce institucional;
Novos clientes: incentivo ao uso dos Correios por pequenos e médios negócios, especialmente do comércio eletrônico;
Varejo físico: rentabilização de agências com a oferta de produtos e serviços de parceiros.
Embora o plano preveja cortes que afetam diretamente o quadro de funcionários, a direção afirma que os servidores serão parceiros no processo de recuperação da empresa. A proposta de redução de jornada, por exemplo, será voluntária e negociada.
Os Correios, que vêm enfrentando dificuldades financeiras há anos, buscam com esse plano evitar novos prejuízos e tornar a empresa mais competitiva no cenário atual, dominado por grandes operadores logísticos privados e pelo avanço do e-commerce.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/com-prejuizo-de-r-26-bi-correios-anunciam-corte-de-custos-e-aposta-em-marketplace/