15 de abril de 2025
Comércio entre Brasil e EUA bate recorde no 1º trimestre
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Mesmo sob o impacto das recentes tensões comerciais e das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o comércio bilateral entre Brasil e EUA registrou resultado histórico no primeiro trimestre de 2025. Segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA, divulgado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a corrente de comércio entre os dois países somou US$ 20 bilhões no período — o maior valor já registrado desde o início da série histórica.

O resultado representa um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024, com destaque para o desempenho da indústria brasileira e o aumento das importações de bens de alto valor agregado. “O resultado reforça a solidez da relação bilateral e o dinamismo do comércio entre os países”, afirmou a Amcham Brasil.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou US$ 9,65 bilhões aos EUA entre janeiro e março. As importações brasileiras de produtos estadunidenses chegaram a US$ 10,3 bilhões, o que gerou um déficit de US$ 654 milhões para o país.

“O que vemos é uma relação comercial de alta qualidade, com benefícios mútuos. As empresas envolvidas buscam expandir ainda mais o comércio e os investimentos bilaterais”, destacou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil. Ele defende a manutenção de um ambiente de negócios previsível e baseado no diálogo. “É fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”, concluiu.

Apesar dos bons números, o cenário internacional segue instável. Em março, o governo dos EUA elevou as tarifas sobre o aço e o alumínio, impactando diretamente as exportações brasileiras desses produtos. Embora o MDIC ainda avalie os efeitos práticos da medida, o diretor de Estatísticas da pasta, Herlon Brandão, afirmou que “pode ser que sim [que tenha impacto], mas a gente ainda não consegue perceber esse efeito direto”.

Trump anunciou tarifas recíprocas a diversos países, incluindo o Brasil, que foi taxado com a menor alíquota, de 10%. Após reações da China, da União Europeia e de vizinhos como México e Canadá, o presidente estadunidense decidiu suspender por 90 dias parte das medidas e manter as tarifas reduzidas, exceto para produtos chineses, que passaram a ter imposto de importação de 145%. Pequim retaliou, elevando suas próprias tarifas a até 125%.

No primeiro trimestre, as exportações industriais brasileiras para os EUA somaram US$ 7,8 bilhões — maior valor já registrado para o período. Os EUA representaram 18,1% das exportações da indústria nacional, liderando como principal destino.

Entre os produtos com maior crescimento nas vendas para os EUA estão sucos (+74,4%), óleos combustíveis (+42,1%), café não torrado (+34%), aeronaves (+14,9%) e semiacabados de ferro ou aço (+14,5%). A carne bovina teve alta expressiva de 111,8%, entrando no ranking dos dez produtos mais exportados.

Do lado das importações, 89,2% da pauta foi composta por bens manufaturados, com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados. As compras de petróleo bruto cresceram 78,3%, enquanto as de gás natural caíram devido à menor demanda no início do ano.

Com informações do g1.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/comercio-entre-brasil-e-eua-bate-recorde-no-1o-trimestre-de-2025-apesar-de-tensoes-tarifarias/