 
                Após uma sequência de recordes positivos, a taxa de desemprego no Brasil manteve-se em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor nível já registrado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, em 2012. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (31), marca o segundo mês consecutivo de estabilidade nesse patamar.
O número ficou ligeiramente acima das projeções do mercado, que estimavam uma leve queda para 5,5%, segundo levantamento do Valor Data. Ainda assim, o dado confirma o cenário de um mercado de trabalho sólido, com elevado nível de ocupação e salários em recuperação.
No trimestre anterior, encerrado em junho, a taxa estava em 5,8%. Já no mesmo período de 2023, o desemprego era de 6,4%, o que representa uma redução de 0,8 ponto percentual em um ano.
Mercado de trabalho aquecido
Economistas avaliam que os números reforçam a resiliência do emprego no país, impulsionado pelo dinamismo dos setores de serviços e construção civil, além do avanço do emprego formal. O ritmo de contratações, no entanto, tende a desacelerar nos próximos meses, diante da expectativa de menor crescimento econômico no fim do ano.
Segundo analistas ouvidos por veículos econômicos, a taxa de desemprego no nível atual reflete um mercado de trabalho ainda aquecido, mas que já dá sinais de acomodação. “O cenário segue favorável ao trabalhador, mas a tendência é de estabilidade, e não de novas quedas expressivas, principalmente com a perda de ritmo da indústria e do comércio”, observam.
Economia em compasso de moderação
O arrefecimento da atividade econômica é visto como o principal fator que deve impedir uma redução mais acentuada do desemprego. O consumo das famílias, que sustentou parte do crescimento recente, começa a mostrar limitações com a inflação de serviços e o crédito ainda caro.
Mesmo com a manutenção do ritmo de geração de vagas formais e a queda da informalidade, a taxa de ocupação deve se estabilizar até o fim do ano. Para o IBGE, a consolidação de um desemprego baixo representa uma conquista importante, mas não necessariamente um sinal de expansão do emprego em ritmo acelerado.
Contexto social e político
O desempenho do mercado de trabalho tem peso político para o governo federal, especialmente em um contexto de busca por equilíbrio fiscal e estímulos ao crescimento. A manutenção da taxa de desemprego em níveis historicamente baixos tem sido usada pelo Palácio do Planalto como um indicador da recuperação econômica e da eficácia das políticas de incentivo ao consumo e ao investimento.
Mesmo assim, o governo enfrenta o desafio de sustentar a criação de empregos de qualidade diante de uma economia que começa a desacelerar. Para analistas, o foco agora deve se voltar à produtividade e à qualificação profissional, pontos que podem garantir maior sustentabilidade ao crescimento do emprego.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/desemprego-fica-em-56-e-mantem-menor-taxa-da-historia-pelo-3o-mes-seguido/

 
                             
                             
                             
                             
                            