1 de agosto de 2025
Desemprego no Brasil recua a 5,8% e atinge menor nível
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O mercado de trabalho brasileiro apresentou avanços significativos no segundo trimestre de 2025, com a taxa de desocupação caindo para 5,8% — o menor patamar desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o trimestre anterior, encerrado em março, o índice de desemprego caiu 1,2 ponto percentual (de 7,0% para 5,8%). Em relação ao mesmo período de 2024, a queda foi de 1,1 ponto percentual. O número de brasileiros desocupados recuou para 6,3 milhões, representando uma redução de 17,4% no trimestre e 15,4% em um ano.

Recorde de ocupados e queda na subutilização

A população ocupada alcançou o número inédito de 102,3 milhões de pessoas, com alta de 1,8% frente ao trimestre anterior (1,8 milhão a mais) e de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024 (mais 2,4 milhões). O nível da ocupação — proporção de pessoas com trabalho entre aquelas em idade de trabalhar — ficou em 58,8%, repetindo o recorde registrado até novembro do ano passado.

Outro indicador que apresentou melhora expressiva foi a taxa de subutilização da força de trabalho, que caiu para 14,4%, o menor nível da série histórica. Isso significa 16,5 milhões de pessoas subutilizadas — uma queda de 1,5 ponto percentual no trimestre e de 2 pontos em um ano.

Informalidade recua e emprego formal bate recorde

A taxa de informalidade teve uma leve redução, passando de 38,0% no trimestre anterior para 37,8% dos ocupados — o equivalente a 38,7 milhões de pessoas. Há um ano, o índice era de 38,7%.

O número de empregados com carteira assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) também atingiu novo recorde: 39,0 milhões de pessoas. O avanço foi de 0,9% no trimestre e de 3,7% na comparação anual.

Já os empregados sem carteira no setor privado chegaram a 13,5 milhões, com crescimento de 2,6% frente ao trimestre anterior e estabilidade em relação ao ano passado. O setor público registrou 12,8 milhões de ocupados, outro recorde, com alta de 5,0% no trimestre e 3,4% em 12 meses.

Entre os trabalhadores por conta própria, o número também atingiu o maior valor da série histórica: 25,8 milhões de pessoas, aumento de 1,7% no trimestre e de 3,1% no ano.

Desalento em queda e estabilidade fora da força de trabalho

O número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não encontrariam — caiu para 2,8 milhões. A queda foi de 13,7% no trimestre e 14,0% em relação ao mesmo período de 2024. O percentual de desalentados em relação à força de trabalho potencial ficou em 2,5%.

A população fora da força de trabalho permaneceu praticamente estável, estimada em 65,5 milhões de pessoas.

Rendimento e massa salarial batem recordes

O rendimento médio real habitual subiu para R$ 3.477, novo recorde da série histórica do IBGE. O valor representa uma alta de 1,1% frente ao trimestre anterior e de 3,3% na comparação anual. Já a massa de rendimento habitual atingiu R$ 351,2 bilhões, também recorde, com crescimento de 2,9% no trimestre e 5,9% em um ano.

Setores que puxaram a alta no emprego

Entre os setores de atividade, o destaque no trimestre foi o grupo Administração pública, educação, saúde e assistência social, que cresceu 4,5% e incorporou mais 807 mil trabalhadores. Em relação ao ano anterior, também se destacaram a Indústria Geral (4,9%), o Comércio e reparação de veículos (3,0%), o setor de Transporte e armazenagem (5,9%) e o grupo de Informação, comunicação e atividades financeiras e administrativas (3,8%).

Aumento no rendimento por ocupação

No recorte por atividade, o rendimento médio cresceu no Comércio (2,6%) frente ao trimestre anterior. Já na comparação com o mesmo período de 2024, houve crescimento expressivo nos setores de Agricultura (7,0%), Construção (5,8%), Comércio (3,3%), Informação e atividades financeiras (4,7%) e Serviços domésticos (4,1%).

Por posição na ocupação, os rendimentos médios permaneceram estáveis em relação ao trimestre anterior. No comparativo anual, no entanto, cresceram para empregados com carteira assinada (2,2%), sem carteira (7,9%), trabalhadores domésticos (4,1%) e trabalhadores por conta própria (5,3%).

Com os novos números, o Brasil alcança uma combinação inédita de baixa desocupação, aumento da formalização e melhora da renda — um cenário que reforça a recuperação do mercado de trabalho após os impactos da pandemia e da crise inflacionária dos últimos anos.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/desemprego-no-brasil-recua-a-58-e-atinge-menor-nivel-da-serie-historica-segundo-ibge/