
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) negou ter qualquer responsabilidade no cancelamento da reunião que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria na próxima quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. O encontro, que trataria da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros, foi suspenso.
Em entrevista à GloboNews, Haddad atribuiu o cancelamento a “forças de extrema direita” com acesso à Casa Branca, citando nominalmente Eduardo Bolsonaro, que está em viagem aos EUA. Segundo o ministro, “não há coincidência nesse tipo de coisa” e a decisão americana ocorreu logo após o deputado afirmar publicamente que buscaria impedir esse tipo de contato entre os dois governos.
Eduardo nega e critica governo Lula
Em nota conjunta com o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, Eduardo Bolsonaro rejeitou a acusação de interferência e atacou o governo federal. “Haddad prefere culpar terceiros pela própria incompetência, enquanto Lula só fala besteira por aí e inflama a crise diplomática”, afirmaram.
NOTA À IMPRENSA — Cancelamento de Reunião com Scott Bessent
O deputado @BolsonaroSP e eu tomamos conhecimento das declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tentou atribuir à nossa atuação nos Estados Unidos o suposto motivo para o cancelamento de uma reunião com o…
— Paulo Figueiredo (8) (@pfigueiredo08) August 11, 2025
Eles alegaram que a suspensão da reunião tem relação com a política econômica dos EUA. “Há quase duas semanas, o presidente Donald Trump declarou emergência econômica nos EUA, apresentando de forma clara as razões. Até que o Brasil enfrente esses pontos, qualquer reunião será mera encenação — e, portanto, inútil”, escreveram.
Agenda em Washington e críticas à diplomacia
Eduardo e Figueiredo também afirmaram que viajarão a Washington no mesmo dia em que Haddad se reuniria com Bessent, para “uma série de reuniões com autoridades americanas” e porque “mantemos portas abertas”.
“Talvez Lula também as tivesse se, em vez de proteger o próprio regime e fazer bravata ideológica, colocasse a diplomacia e o interesse nacional em primeiro lugar”, criticaram. Os dois ainda ressaltaram que “não temos, nem pretendemos ter, qualquer controle sobre a agenda do secretário do Tesouro dos EUA. O sr. Bessent é um profissional admirável, que cumpre as diretrizes determinadas pelo presidente e preserva única e exclusivamente os interesses do povo americano”.
Haddad mantém acusação
Haddad, por sua vez, reiterou que o cancelamento ocorreu após declarações de Eduardo Bolsonaro. O ministro disse que, depois de ter anunciado publicamente o encontro, recebeu informações de que aliados de Trump atuaram para inviabilizar a agenda. “Recebemos essa informação um ou dois dias depois do anúncio que eu fiz”, declarou.
Segundo ele, a reunião com Bessent, que seria virtual, foi desmarcada após essa mobilização. “O Eduardo, publicamente, deu uma entrevista [dizendo] que ia procurar inibir esse tipo de contato entre os dois governos, porque o que estava em causa não era questão comercial. Deixou claro isso em uma entrevista pública”, afirmou.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/eduardo-bolsonaro-rebate-haddad-e-nega-influencia-em-cancelamento-de-reuniao-com-tesouro-dos-eua/