
Um dia após o Centrão lançar uma ofensiva no Congresso para aprovar projeto de lei que daria a deputados e senadores poder de demitir diretores e o presidente do Banco Central (BC), a autoridade monetária rejeitou a compra do Banco Master pelo BRB. A operação, anunciada em março e estimada em R$ 24 bilhões, foi vetada antes do prazo final da avaliação técnica e interpretada como uma decisão tomada sob forte pressão política.
Integrantes do governo veem a medida como reação ao movimento do Legislativo e avaliam que o Banco Central abandonou a análise técnica da operação para agir de acordo com o ambiente político conturbado que cerca a instituição.
A operação frustrada
O acordo previa que o BRB, banco estatal controlado pelo governo do Distrito Federal, assumisse 58,04% do capital do Master. O mais inquietante é que todas as exigências do BC na formatação do negócio foram atendidas e, mesmo assim, a autoridadee monetária decidiu contra a operação.
A versão final do negócio, reduzida a pedido do BC, afastava o empresário Daniel Vorcaro do comando do conglomerado e restringia a operação a cerca de R$ 24 bilhões em ativos.
Apesar dos ajustes, a autoridade monetária considerou que persistiam riscos relevantes, sobretudo ligados à gigantesca carteira de CDBs do Master, estimada em R$ 49,8 bilhões.
A operação vetada pelo BC
O acordo previa que o BRB assumiria quase R$ 24 bilhões em ativos do Master, menos da metade do valor inicial projetado entre as partes. O desenho final já havia sido alterado várias vezes a pedido do Banco Central, reduzindo o escopo da transação.
Próximos passos do BRB
O BRB informou que pedirá acesso às justificativas técnicas para avaliar os próximos passos. Interlocutores afirmam que o banco estatal ainda acredita nos fundamentos do negócio e pode tentar formular uma nova proposta que mitigue os riscos identificados.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-decisao-de-vies-politico-bc-veta-compra-do-banco-master-pelo-brb/