28 de junho de 2025
Em evento na França, Lula projeta Brasil como 6ª economia
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Em discurso marcado pelo otimismo e pela valorização do agronegócio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta semana, na França, que o Brasil está no caminho para se tornar a sexta maior economia do mundo. A fala ocorreu durante a cerimônia de celebração do reconhecimento do país como livre da febre aftosa sem vacinação — marco considerado histórico pelo governo brasileiro.

“Sonho que logo logo esse país vai estar sendo a 6ª economia mundial. Sonho que vamos crescer mais do que os pessimistas dizem que a gente vai crescer”, declarou Lula, destacando o crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto em 2024, mesmo com um desempenho abaixo do esperado na agricultura. Segundo ele, com a recuperação do setor em 2025, a economia deve acelerar ainda mais.

O presidente começou sua fala agradecendo o empenho de produtores rurais, técnicos do Ministério da Agricultura e frigoríficos. “É um dia histórico, por merecimento de cada um de vocês que entendeu que, se a gente quer competir, a gente tem que ser o melhor”, afirmou. Lula também ressaltou que o agronegócio deixou de ser um “quebra-galho” para se tornar o “principal negócio do Brasil”, especialmente com a exportação de proteína animal.

Durante sua fala, Lula criticou o tratamento dispensado ao Brasil ao longo dos anos por outros países. “Durante muito tempo o Brasil foi tratado como se fosse um país insignificante. Tem uma coisa que nós, brasileiros, aprendemos: ninguém respeita quem não se respeita”, afirmou. Para ele, conquistar espaço no mundo requer qualidade e credibilidade. “Não existe mais gracinha, mais possibilidade de enganar ninguém”.

O presidente também mencionou dificuldades recentes envolvendo a exportação de carne brasileira, como o episódio em que 70 mil toneladas de carne estavam a caminho da China e quase foram rejeitadas. “A quantidade de telefonemas que a gente teve que dar para ministro, para o Xi Jinping, para não permitir que a carne voltasse ao Brasil”, relembrou.

Lula voltou a tratar da resistência francesa ao acordo entre União Europeia e Mercosul. Segundo ele, a intenção é concluir a negociação durante sua presidência temporária no bloco sul-americano. “Eu disse para ele que vou ser presidente do Mercosul a partir de 6 de julho e que vou concluir o acordo definitivamente nos seis meses do meu mandato”, declarou. E completou: “Se você tem problema com os agricultores franceses, vamos conversar com eles”.

Criticando o baixo volume de comércio entre Brasil e França — apenas US$ 9 bilhões —, Lula comparou a relação com a do Vietnã, que já soma US$ 13 bilhões apesar de ser mais recente.

No campo sanitário, o presidente alertou sobre a importância da cooperação regional para evitar o retorno da febre aftosa. “Se a gente não tiver [febre aftosa] e eles tiverem, a gente corre o risco de ter”, afirmou. Já em relação às metas ambientais, Lula defendeu o cumprimento do Acordo de Paris e a recuperação de terras degradadas como condição para manter a produção agropecuária ativa e sustentável. “Se a gente tiver pelo menos a decência de cumprir o Acordo de Paris, a gente vai estar livre para continuar produzindo o que a gente quiser”, afirmou ao ministro Carlos Fávaro, elogiado pelo presidente: “Se o governo não atrapalhar já está bom. É esse o papel”.

Encerrando sua participação, Lula antecipou compromissos internacionais futuros e afirmou que pretende ampliar as relações comerciais com países como Índia, Egito e Indonésia, por meio de reuniões com empresários após a cúpula do BRICS. “É preciso fazer uma grande reunião de empresários com esses países”, afirmou, reforçando sua confiança no papel global do Brasil. “O Brasil veio para ficar. Tenho muito orgulho do que está acontecendo. Precisamos trabalhar mais, produzir mais, cuidar mais, porque o Brasil não tem retorno.”

O post Em evento na França, Lula projeta Brasil como 6ª economia mundial: ‘Vamos crescer mais’ apareceu primeiro em Agenda do Poder.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-evento-na-franca-lula-projeta-brasil-como-6a-economia-mundial-vamos-crescer-mais/