27 de julho de 2025
EUA mantêm tarifa de 50% sobre o Brasil a partir
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O prazo estabelecido pelos Estados Unidos para a entrada em vigor de novas tarifas comerciais continua inalterado: a partir de 1º de agosto, as sobretaxas serão aplicadas, sem prorrogações. A confirmação foi feita neste domingo (27) pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em entrevista à emissora Fox News.

O Brasil está entre os países atingidos pela medida, que prevê uma tarifa de 50% — uma das maiores impostas globalmente. “Sem prorrogações, sem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as tarifas serão fixadas e entrarão em vigor. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro”, afirmou Lutnick. A declaração foi reproduzida também no perfil oficial da Casa Branca na rede social X (antigo Twitter).

Apesar do tom rígido, Lutnick ressaltou que o presidente Donald Trump mantém as portas abertas para negociação, mesmo após a entrada em vigor das tarifas. “As pessoas ainda poderão falar com o presidente Trump. Ele está sempre disposto a ouvir. Se conseguirão agradá-lo ou não é outra questão… Mas ele está sempre disposto a negociar”, disse.

Empresários brasileiros têm pressionado o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar adiar a aplicação da tarifa, mas o cenário é adverso. Pelo menos cinco países — Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão — já assinaram acordos com Washington, escapando das sobretaxas mais altas.

As negociações com a União Europeia ainda estão em curso. Neste domingo, Trump participa de encontros com líderes do bloco na Escócia. “Esperam chegar a um acordo, e isso depende do presidente Trump, que lidera esta mesa de negociações. Nós preparamos a mesa”, afirmou o secretário.

As tarifas negociadas com esses países superam os 10% fixados em abril para a maioria dos parceiros comerciais dos EUA, mas ainda estão bem abaixo do patamar de 50% prometido para nações consideradas “injustas” pelo governo americano. Ao anunciar a primeira rodada de tarifas, em 2 de abril, Trump declarou que seu objetivo era “trazer empregos e fábricas de volta” ao território americano.

Desde então, o tarifaço causou reações negativas nos mercados internacionais. Em 9 de abril, o presidente anunciou uma pausa de 90 dias para tarifas recíprocas — com exceção da China — e depois recuou em relação a alguns produtos, como smartphones e computadores.

No fim de maio, um tribunal comercial dos EUA chegou a barrar parte das medidas, alegando que Trump havia excedido sua autoridade. O alívio nos mercados durou pouco: no dia seguinte, um tribunal federal de apelação restabeleceu temporariamente as tarifas, suspendendo a decisão anterior até a análise de um recurso do governo.

Agora, com o prazo final se aproximando, o governo americano reforça sua postura: ou os países fecham acordos bilaterais com Washington, ou enfrentarão tarifas pesadas — como a de 50% que o Brasil já tem pela frente.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/eua-mantem-tarifa-de-50-sobre-o-brasil-a-partir-de-1o-de-agosto-diz-secretario-de-comercio/