Apesar de algumas críticas à política externa do governo federal, é um fato inegável que o comércio exterior do Brasil está vivendo momentos extremamente prósperos.
E isso está vindo sobretudo de mercados emergentes e em desenvolvimento, ou seja, do chamado Sul Global!
Nos últimos 12 meses, até outubro, o comércio exterior do Brasil, ou corrente de comércio, que corresponde a soma de exportações e importações, movimentou o equivalente a R$ 3,45 trilhões. Isso significou um crescimento de 31% em 10 anos e de quase 300% em 20 anos!
O câmbio usado é do fechamento da última sexta-feira 8 de novembro, de R$ 5,75 por dólar.
O comércio exterior do Brasil, que durante os quatro mandatos petistas oscilava em torno de 20% do PIB, ganhou outra dimensão, e respondeu, nos últimos três anos, por cerca de 30% de toda a riqueza produzida no país.
Alguns blocos e países vem ampliando muito a sua participação em nosso comércio exterior, a começar pela China, com a qual a nossa corrente de comércio chegou a R$ 936 bilhões em 12 meses, um aumento de quase 2.000% desde 2004!
Quanto ao saldo comercial, ou seja, nossas exportações menos as importações, o Brasil obteve mais um desempenho impressionante nos últimos meses.
O nosso saldo com todos os países foi de R$ 465,7 bilhões no acumulado de 12 meses até outubro.
Considerando apenas as exportações, elas totalizaram perto de R$ 2 trilhões no período de 12 meses até outubro último, mais um recorde histórico.
Em 10 anos, as exportações brasileiras cresceram 51%; e em 20 anos, 275%!
O Brics ampliado, composto hoje por 22 países, também se destacou.
Segundo dados do Comexstat, o banco de dados público administrado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Brasil estabeleceu comércio com os Brics, nos últimos 12 meses, na ordem de R$ 1,40 trilhão, dos quais R$ 837,7 bilhões foram exportações brasileiras.
Os Brics também se tornaram, de longe, no principal gerador de saldo para o país.
Nos últimos 12 meses, o Brasil obteve um saldo comercial de R$ 274,3 bilhões com os outros 21 países do Brics.
É preciso ter em conta, no entanto, que a China, sozinha, respondeu por 67% de todo o comércio exterior do Brasil com países dos Brics.
Aparentemente, todavia, a aproximação geopolítica entre Brasil e alguns desafetos do Ocidente, como China, Rússia, sobretudo, não trouxeram dano às nossas relações comerciais com os EUA, que nunca foram tão boas.
As exportações brasileiras para os Estados Unidos bateram recorde histórico nos últimos 12 meses, chegando a quase R$ 230 bilhões, aumento de 9% sobre o ano anterior.
O aumento das transações comerciais com a Rússia merece destaque.
Nos últimos 12 meses, a corrente de comércio do Brasil com a Rússia chegou a quase R$ 80 bilhões.
Esse comércio tem sido puxado fundamentalmente pelas importações brasileiras de derivados de petróleo da Rússia, em especial óleo diesel.
Um outro número que chama atenção é o comércio do Brasil com a África.
Segundo dados oficiais, o Brasil exportou quase R$ 90 bilhões para a África em 12 meses, um recorde histórico impressionante. O crescimento foi de 17% em 1 ano, de 54% em 10 anos, e de 297% em 20 anos!
A corrente de comércio entre Brasil e África, por sua vez, chegou a R$ 134,6 bilhões nos últimos 12 meses, aumento de 11% sobre o ano anterior.
O saldo comercial do Brasil com a África, por sua vez, cresceu 44% em 12 meses e chegou a R$ 44,29 bilhões!
A emergência de novos blocos e países no cenário global vem transformando as relações econômicas do Brasil com o mundo. Ao final da década de 90, EUA e União Europeia respondiam, sozinhos, por mais de metade do comércio exterior do Brasil.
Hoje, a participação desses dois blocos caiu para menos de 30%.
Abaixo, alguns outros gráficos que podem ser de interesse do leitor.
Nota: Os BRICS são compostos por 9 países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Esse bloco intergovernamental visa fortalecer a cooperação política e econômica entre suas nações no cenário global.
Além dos membros oficiais, os BRICS também contam com 13 países parceiros, que são: Argélia, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Esses parceiros mantêm relações de cooperação com o bloco, embora não sejam membros plenos.
No total, o grupo é formado, portanto, pelo Brasil mais 21 outros países.
Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/11/10/exclusivo-corrente-de-comercio-entre-brasil-e-china-cresce-2-000-em-20-anos-e-se-aproxima-de-r-1-trilhao/