Após a agência de classificação de risco Moody’s rebaixar a perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil de positiva para estável, o Ministério da Fazenda divulgou, nesta sexta-feira (30), uma nota oficial reafirmando o compromisso do governo com a consolidação fiscal e com o avanço das reformas estruturais. A decisão da Moody’s manteve o país na classificação Ba1 — primeiro grau abaixo do grau de investimento —, mas apontou incertezas sobre a trajetória das contas públicas brasileiras.
Segundo a Moody’s, o Brasil apresenta uma economia forte e diversificada, com baixa vulnerabilidade a choques externos. No entanto, a agência sinalizou frustração com o ritmo de avanço do ajuste fiscal e manifestou preocupação com o aumento dos juros da dívida pública, o que pode pressionar ainda mais o orçamento federal nos próximos anos. A nota ainda sugere que o país pode melhorar sua classificação no futuro caso avance na revisão de regras de gastos obrigatórios e na reformulação da política de benefícios sociais.
Em resposta, a Fazenda destacou que a parceria entre o Executivo e o Congresso Nacional tem possibilitado a aprovação de pautas importantes, como a reforma tributária, e garantiu que o processo de reequilíbrio fiscal permanecerá como prioridade da atual gestão.
“O Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com o aprofundamento do processo de reformas estruturais, essenciais para garantir o maior crescimento econômico de longo prazo e assegurar o equilíbrio das contas públicas”, afirmou a nota da pasta.
A avaliação da Moody’s ocorre em um momento em que o governo enfrenta desafios para cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2025, uma promessa central da atual política econômica. A sinalização da agência serve como alerta para investidores e reforça a pressão por medidas que fortaleçam a sustentabilidade fiscal do país.
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