
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou nesta quarta-feira (22) que as instituições financeiras do País “não precisam e não querem dinheiro do crime”. A declaração foi feita durante o 15º Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLDFT), realizado em São Paulo.
Segundo Sidney, o setor bancário brasileiro deve reforçar seu papel como “principal escudo” contra práticas ilícitas e permanecer na linha de frente da defesa da integridade do sistema financeiro nacional. “Os bancos sérios do País renovam o compromisso de, sem hesitação, proteger a credibilidade e a transparência do setor. Os bancos não querem e não precisam do dinheiro do crime”, declarou.
Tolerância zero com brechas no sistema bancário
Durante o evento, o presidente da Febraban ressaltou que a indústria financeira precisa ser “intolerante” com falhas ou brechas que possam permitir a entrada de recursos de origem criminosa. Ele defendeu ainda que instituições omissas ou envolvidas em operações ilegais sejam punidas pelos órgãos reguladores, como o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
“Os bancos estão do lado dos reguladores”, reforçou Sidney, destacando que a cooperação com as autoridades é essencial para fortalecer a segurança do sistema financeiro e conter a atuação de organizações criminosas.
Operação Carbono Oculto expõe infiltração do crime em fintechs
A declaração do presidente da Febraban ocorre em meio a investigações que apontam para a presença do crime organizado em setores da economia formal. Um levantamento feito pelo Estadão mostrou que, entre agosto de 2024 e agosto de 2025, a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) investigaram sete instituições de pagamento que movimentaram cerca de R$ 94 bilhões em operações atípicas ou suspeitas.
A chamada Operação Carbono Oculto, deflagrada no fim de agosto, teve como alvo fintechs sediadas na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País, e se tornou a maior operação já realizada para combater a infiltração de organizações criminosas na economia brasileira.
Sistema financeiro sob vigilância reforçada
Com o aumento das investigações e a intensificação da fiscalização, a Febraban pretende reforçar os mecanismos de controle e transparência do setor. A meta é fechar as portas para qualquer tentativa de uso do sistema bancário por atividades ilícitas.
Segundo Isaac Sidney, o fortalecimento das práticas de prevenção e o trabalho conjunto com os órgãos reguladores são fundamentais para preservar a confiança da população e a estabilidade do sistema financeiro nacional.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/febraban-reforca-combate-a-lavagem-de-dinheiro-e-rejeita-vinculo-com-o-crime/