Gol planeja fechar capital no Brasil após recuperação judicial

A Gol Linhas Aéreas informou nesta segunda-feira, em fato relevante, que pretende fechar seu capital no Brasil, tornando-se uma companhia de capital fechado. A decisão faz parte do plano da aérea de simplificar a estrutura operacional e reduzir custos após sair da recuperação judicial em junho deste ano.

Comitê independente conduz negociação
Para conduzir a operação, um comitê formado apenas por conselheiros independentes foi criado. O grupo irá negociar os termos e a relação de troca da incorporação. A proposta já foi deliberada pelo Conselho de Administração e será submetida à aprovação da assembleia geral de acionistas, marcada para 4 de novembro. Os acionistas poderão optar por sair da empresa ou permanecer como sócios do grupo, que continuará sob o controle da Abra.

Gol deixa mercado de ações
Caso a operação seja aprovada, a Gol sairá do nível 2 da B3, tornando-se totalmente de capital fechado. Com isso, a Azul será a única companhia aérea com ações negociadas no Brasil, já que a Latam tem seus papéis listados no mercado chileno. A implementação depende ainda de aprovações societárias e regulatórias.

Controle da Abra e reorganização operacional
A Gol é controlada pela Abra, que também detém a Avianca na Colômbia. Após a recuperação judicial, a Abra aumentou sua participação de pouco mais de 50% para 80%. Segundo o comunicado da empresa, a incorporação busca reorganizar operações, gerar sinergias e reduzir custos.

Detalhes da operação para acionistas
No processo de incorporação, a Gol Linhas Aéreas S.A. (GLA), de capital fechado, absorverá toda a operação da aérea. Cada acionista ordinário receberá uma ação da nova GLA, enquanto os detentores de ações preferenciais terão direito a 35 novas ações da empresa privada.

Fim de negociações com a Azul
O anúncio do fechamento de capital ocorre duas semanas após a Gol encerrar negociações de fusão com a Azul e suspender o compartilhamento de voos (codeshare) entre as duas companhias. Analistas de mercado avaliaram positivamente o movimento, considerando que reduz riscos regulatórios e fortalece a concorrência no mercado doméstico de aviação.