26 de agosto de 2025
Governo acumula superávit de R$ 32,2 bilhões até maio, apesar
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Mesmo com o déficit primário de R$ 40,621 bilhões registrado em maio, o governo federal encerrou os cinco primeiros meses de 2025 com superávit acumulado de R$ 32,198 bilhões — o melhor desempenho para o período desde 2022. No mesmo intervalo do ano passado, o resultado havia sido um déficit de R$ 28,652 bilhões.

Maio é tradicionalmente um mês de saldo negativo nas contas públicas, mas o déficit deste ano ficou 36,2% abaixo do registrado em 2024, quando chegou a R$ 60,408 bilhões, já descontada a inflação. Apesar de ainda ser o quarto maior déficit da série histórica para o mês — atrás apenas dos verificados em 2024, 2023 e 2020 —, o resultado ficou bem abaixo da expectativa do mercado. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, analistas projetavam um déficit de R$ 62,2 bilhões.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. Para 2025, a meta fiscal é de déficit zero, com margem de tolerância de até R$ 31 bilhões negativos, conforme definido pelo novo arcabouço fiscal e pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Pagamento de precatórios pressiona resultado do ano

Apesar do superávit parcial, o governo ainda enfrentará desafios no segundo semestre. Está previsto para julho o pagamento de R$ 70 bilhões em precatórios — dívidas judiciais da União. Parte desses pagamentos já foi antecipada em fevereiro, mas o impacto continuará relevante. Do total, R$ 45,3 bilhões estão fora do cálculo do arcabouço fiscal.

O Orçamento de 2025 projeta déficit primário total de R$ 97 bilhões. Porém, considerando apenas as despesas dentro do limite fiscal, a previsão é de déficit de R$ 31 bilhões, exatamente o limite inferior permitido pela regra fiscal.

Aumento de gastos com pessoal e BPC

O principal fator de alta nas despesas foi o reajuste salarial de servidores públicos, que provocou aumento de 10,4% nos gastos com pessoal, já descontada a inflação. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) também registrou elevação real de 6,6%, impulsionado pela ampliação do número de beneficiários e pela valorização do salário mínimo. O impacto, no entanto, foi suavizado por antecipações de pagamentos feitas ainda em 2024.

Em contrapartida, as despesas com a Previdência Social caíram 3,4% em termos reais, devido à antecipação de pagamentos no ano anterior. Gastos obrigatórios com controle de fluxo, como programas sociais, recuaram 7,3%. As despesas com saúde caíram R$ 1,7 bilhão, e com o Bolsa Família, R$ 1,1 bilhão, reflexo de revisões cadastrais em andamento.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/governo-acumula-superavit-de-r-322-bilhoes-ate-maio-apesar-de-deficit-no-mes/