
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quarta-feira (25) de uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), realizada a portas fechadas no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. O encontro ocorre em um contexto de incerteza no mercado global de combustíveis, provocado pela escalada do conflito entre Irã e Israel.
O CNPE é responsável por assessorar o governo federal na formulação de políticas públicas para o setor energético. O conselho reúne representantes de 16 ministérios, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da sociedade civil e do meio acadêmico.
A reunião foi convocada em um momento de preocupação com a possível alta nos preços do petróleo, um dos reflexos da recente tensão geopolítica. Como resposta preventiva, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, propôs medidas para ampliar o uso de biocombustíveis no país. Entre as propostas, está o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina, de 27% para 30%. No caso do biodiesel, o percentual na mistura ao diesel passaria de 14% para 15%.
Segundo o governo, a ampliação da presença de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira pode reduzir a dependência do petróleo importado e conter eventuais aumentos de preços ao consumidor.
O Irã, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, desempenha papel estratégico no mercado global. Qualquer instabilidade em sua produção ou exportação tende a impactar diretamente a oferta internacional e os preços dos combustíveis.
O conflito entre Irã e Israel durou 12 dias e resultou em cerca de mil mortos e mais de 3 mil feridos, segundo estimativas divulgadas por autoridades dos dois países. O cessar-fogo, anunciado pelos Estados Unidos, entrou em vigor na madrugada de terça-feira (24), mas o ambiente continua instável, com trocas de acusações e declarações de vitória por ambas as partes.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que tanto Irã quanto Israel violaram momentaneamente os termos do acordo. Ainda assim, a expectativa é que a trégua seja mantida, evitando um novo pico nas tensões militares e seus efeitos econômicos.
No Brasil, o governo monitora os desdobramentos da crise e estuda mecanismos para proteger o mercado interno. O avanço das políticas de biocombustíveis é visto como uma alternativa estratégica para garantir segurança energética, sustentabilidade e estabilidade nos preços.
Ao final da reunião do CNPE, não houve pronunciamento oficial do presidente Lula. O Ministério de Minas e Energia deve divulgar nota técnica nas próximas horas com os encaminhamentos da reunião.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/governo-estuda-reforcar-uso-de-combustiveis-renovaveis-para-conter-impactos-da-crise-no-petroleo/