O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 1,108 trilhão nos últimos 12 meses até junho de 2024, representando 9,92% do Produto Interno Bruto (PIB).
Esse valor estabelece um novo recorde desde o início da série histórica em 2002, superando o déficit de R$ 1,062 trilhão (9,56% do PIB) observado no período encerrado em maio de 2024. O Banco Central divulgou os dados nesta segunda-feira, 29.
Durante a crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19, o déficit nominal também superou a marca de R$ 1 trilhão em quatro ocasiões distintas: outubro e dezembro de 2020, além de janeiro e fevereiro de 2021.
Naquela ocasião, os governos locais elevaram os gastos para mitigar os impactos negativos da pandemia na população.
Em termos mensais, junho de 2024 mostrou uma ligeira melhora com um déficit de R$ 135,7 bilhões, uma redução de R$ 2,5 bilhões em relação ao mês anterior, onde o déficit foi de R$ 138,3 bilhões.
Custo com juros da dívida também cresce
O relatório ainda detalha que, no acumulado dos últimos 12 meses até junho de 2024, o pagamento de juros da dívida absorveu R$ 835,7 bilhões, ou 7,48% do PIB.
Esse montante é significativamente superior aos R$ 638,1 bilhões (6,06% do PIB) pagos no mesmo período do ano anterior. Apenas em junho de 2024, os juros da dívida totalizaram R$ 94,9 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 40,7 bilhões registrados em junho de 2023.
Vale destacar que os juros da dívida pública não foram incluídos no arcabouço fiscal (novo teto de gastos) do governo Lula III, que impõe limites nos gastos públicos da União.
Uma das travas propostas pelo ministro do Fazenda, Fernando Haddad, prevê que o governo só pode gastar 70% do arrecadado do ano anterior e com uma correção que varia entre 0,6% e 2,5% acima da inflação. Essa regra vale para todas as áreas do governo, com exceção da saúde e educação por força de lei.
Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/07/29/governo-lula-atinge-deficit-trilionario-por-nao-incluir-juros-da-divida-no-novo-teto-de-gastos/