12 de março de 2025
Governo vai enviar MP do novo consignado privado esta semana
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (12) que o Brasil não retaliará de imediato a decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa de 25% sobre o aço brasileiro. Segundo ele, a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é manter a calma e seguir negociando uma solução.

“Nós não vamos proceder assim por orientação do presidente da República. O presidente Lula falou: ‘Muita calma nessa hora’. Nós já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, declarou Haddad, destacando que a tarifa prejudica não apenas o Brasil, mas também a própria indústria americana.

A sobretaxa foi anunciada pelo ex-presidente Donald Trump em fevereiro e entrou em vigor nesta quarta-feira. O Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá, é um dos países mais afetados. Além do aço, produtos como alumínio, cobre e madeira serrada também foram taxados.

Reunidos com Haddad, representantes da siderurgia cobram medidas

Haddad se reuniu com representantes do setor siderúrgico, que solicitaram medidas para proteger a indústria local tanto na exportação quanto na importação de aço. O ministro classificou os argumentos apresentados como “muito consistentes” e rejeitou a acusação americana de que o Brasil revende aos EUA aço importado de outros países.

O Ministério da Fazenda auxiliará o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) com uma nota técnica para embasar as negociações com os EUA. O governo aposta na estratégia diplomática, lembrando que, em 2018, conseguiu evitar a sobretaxa ao negociar uma cota de exportação.

“Os empresários do setor estão imaginando formas de negociar com argumentos muito consistentes, porque o nosso comércio é muito equilibrado. O que a gente importa de aço não tem nada a ver com o que a gente exporta de aço. Nós exportamos produtos semiacabados e importamos produtos acabados, então não faz o menor sentido a ser acusado de reexportar o que nós estamos importando, não teria nem lógica esse argumento”, afirmou Haddad.

Ele também alertou para os impactos inflacionários da medida nos Estados Unidos. “Nós estamos acompanhando a evolução das medidas que os Estados Unidos estão tomando contra o Brasil, e na verdade não é contra o país, porque é estendido aos outros países, mas tem repercussão doméstica. Obviamente que essa taxação acaba encarecendo para o consumidor americano os produtos importados”, disse o ministro.

Com informações do Estado de S.Paulo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/haddad-descarta-retaliacao-imediata-contra-tarifaco-do-aco-e-aposta-em-dialogo-com-os-eua/