
Questionado sobre os 40 milhões de simulações na plataforma do novo consignado neste fim de semana e sobre as críticas de que a medida teria foco na popularidade e poderia ir contra a política do Banco Central, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que trata-se de uma questão “estrutural, ela não tem nada a ver com a conjuntura”, informa a colunista Míriam Leitão, do jornal O GLOBO.
Durante o evento “Rumos 2025 | O Brasil que teremos e o Brasil que queremos”, do Valor, o ministro ressaltou que o projeto foi desenvolvido ao longo de mais de um ano e que nos primeiros 120 dias de projeto o uso do novo crédito deverá obrigatoriamente ser usado para a quitação de dívidas mais caras.
— Em primeiro lugar, era uma questão de Justiça. Porque o trabalhador da iniciativa privada não pode ter os mesmos direitos do aposentado e do servidor público? Em segundo lugar, durante 120 dias, pela medida provisória, essa medida está restrita à migração de quem está no crédito pessoal. Veja você que quem está no crédito pessoal está pagando entre 5% e 6% de juros ao mês. Aí quando se fala no Brasil em superendividamento, eu sempre lembro o seguinte, às vezes não foi a dívida que superendividou a pessoa, foi o juro.
E acrescentou:
— Essas medidas que nós estamos tomando é justamente para evitar o superendividamento. E ela é estrutural, ela não tem nada a ver com a conjuntura. Você evitar que as famílias se superendividem em função de uma taxa de juro agressiva, como é o caso das atuais taxas para o consumidor sem garantia, que não pode usar como pretexto o fato de que nós estamos com uma inflação que saiu do teto da banda e nós temos que trazer de volta. Não podemos confundir as duas coisas. O Banco Cetral tem que fazer o trabalho dele, mas nós temos que fazer o nosso no sentido de criar condições macro e microeconômicas mais saudáveis para o Brasil.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/haddad-diz-que-novo-consignado-e-medida-estrutural-que-nao-tem-nada-a-ver-com-a-conjuntura/