Ibama autoriza Petrobras a perfurar poço de petróleo na Foz do Amazonas

A Petrobras obteve nesta segunda-feira (20) a licença de operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a perfuração do poço exploratório Morpho, localizado na bacia da Foz do Amazonas, na chamada Margem Equatorial brasileira.

Segundo a Petrobras, a perfuração começará de imediato, já que uma sonda se encontra posicionada na área. O objetivo é avaliar o potencial da região para a produção de petróleo e gás natural em escala comercial. “Por meio desta pesquisa exploratória, a companhia busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica. Não há produção de petróleo nessa fase”, informou a empresa em nota oficial.

Presidente da Petrobras elogia processo de diálogo

A presidente da estatal, Magda Chambriard, celebrou a liberação do Ibama, afirmando que o resultado é fruto de um longo processo de diálogo com diferentes instâncias do poder público. “A conclusão desse processo é uma conquista da sociedade brasileira e revela o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e com a viabilização de projetos que possam representar o desenvolvimento do País”, declarou.

Magda lembrou que foram quase cinco anos de espera pela licença, em meio a tratativas com órgãos ambientais municipais, estaduais e federais. Ela ressaltou que a Petrobras teve de demonstrar a robustez de seus sistemas de segurança e proteção ambiental, especialmente para operar em uma região de alta sensibilidade ecológica. “Nesse processo, a companhia pôde comprovar a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente que estará disponível durante a perfuração em águas profundas do Amapá”, afirmou.

Uma das últimas fronteiras energéticas do planeta

A Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, é considerada uma das últimas fronteiras energéticas do planeta e desperta interesse global por suas semelhanças geológicas com a costa da Guiana e do Suriname, onde já foram descobertas grandes reservas.

“Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica. Esperamos obter excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial”, completou a presidente da Petrobras.

Impasse começou em 2019

A autorização do Ibama encerra um impasse que vinha travando os planos da estatal desde 2019, quando começaram os estudos para exploração na região. Ambientalistas e comunidades locais têm manifestado preocupação com os possíveis impactos sobre o ecossistema marinho e as populações ribeirinhas. O governo federal, por sua vez, tenta equilibrar a pauta ambiental com a busca por novos polos de produção de energia e arrecadação.

Com o início das atividades, a Petrobras reforça sua presença estratégica no Norte do país, abrindo uma nova frente de exploração que pode alterar o mapa energético brasileiro caso sejam confirmadas reservas significativas de petróleo e gás.