O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial do Ceará registrou o maior crescimento entre os estados brasileiros em dois períodos distintos.
Em agosto, a alta foi de 2,7% em relação a julho, colocando o estado em primeiro lugar entre os 15 locais analisados. Esse índice está bem acima da média nacional, que foi de 0,1%, na série ajustada sazonalmente.
Minas Gerais ficou em segundo lugar com um crescimento de 1,8%, sendo que ambos os estados acumularam três meses consecutivos de alta na produção. No período, o Ceará alcançou um ganho acumulado de 6,2%, enquanto Minas Gerais registrou 9,2%.
Ao comparar agosto de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, o Ceará também liderou o crescimento entre 18 locais analisados, com uma alta de 17,3%. No mesmo intervalo, a produção nacional cresceu 2,2%, com 12 unidades da federação apresentando resultados positivos.
Além disso, o Estado registrou crescimento acumulado de 8,9% de janeiro a agosto de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, o crescimento foi de 5,4%. Em ambas as comparações, o Ceará obteve o segundo e quinto melhor resultado nacional, respectivamente.
Na comparação entre julho e agosto de 2024, outros estados que também registraram crescimento foram Bahia (0,8%), Mato Grosso (0,8%) e Rio de Janeiro (0,2%). Em contrapartida, Pará (-3,5%), Paraná (-3,5%) e Rio Grande do Sul (-3,0%) apresentaram as maiores quedas no período. O Pará, especificamente, acumulou uma perda de 7% em dois meses consecutivos de retração.
Outros estados também registraram recuo, como Pernambuco (-2,2%), Santa Catarina (-1,4%), São Paulo (-1,0%), Espírito Santo (-0,8%), Região Nordeste (-0,8%), Amazonas (-0,7%) e Goiás (-0,4%).
No índice de média móvel trimestral, a produção industrial do Brasil cresceu 1% em relação ao mês anterior. Oito dos 15 estados analisados apresentaram variações positivas, com os maiores avanços sendo no Rio Grande do Sul (8,7%), Minas Gerais (2,9%), Espírito Santo (2,3%), Ceará (2%) e Paraná (1,3%).
Por outro lado, houve retrações em estados como Bahia (-2,5%), Goiás (-1,2%), Região Nordeste (-1,1%) e Pernambuco (-1,0%).
Fatores que influenciaram o crescimento do Ceará
No caso específico do Ceará, agosto de 2024, com 22 dias úteis, teve um dia a menos em comparação ao mesmo mês de 2023, que contou com 23 dias úteis. Os estados que também apresentaram crescimento significativo foram Pará (16,9%) e Mato Grosso do Sul (12,4%).
As indústrias que impulsionaram esses resultados incluem a produção de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, como calçados esportivos de couro e calçados masculinos de plástico moldado.
No Ceará, especificamente, o destaque foi para a fabricação de produtos químicos, como herbicidas e inseticidas para uso agrícola, além de produtos têxteis e confecções.
Os produtos têxteis que mais contribuíram para o crescimento foram fios de algodão retorcidos, tecidos de algodão tintos, tecidos crus ou alvejados, fitas de tecidos e tecidos de malha de fibras sintéticas ou artificiais.
No setor de confecções, as peças que tiveram maior produção foram calcinhas de malha, cintas-sutiãs e sutiãs.
Outros estados que registraram crescimento acima da média nacional, mas sem atingir dois dígitos, foram Minas Gerais (7,3%), Bahia (5,6%), Região Nordeste (4,5%), Paraná (3,7%), Pernambuco (3,4%) e Santa Catarina (3,3%). Maranhão (2,1%), São Paulo (1,2%) e Amazonas (1,1%) também registraram crescimento, completando a lista de estados com resultados positivos no índice mensal de agosto.
Quedas na produção
O Rio Grande do Norte apresentou a maior queda em agosto, com recuo de 22,6%. Segundo o IBGE, essa queda se deve principalmente à atividade de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, especialmente óleos combustíveis.
Outros estados que registraram queda foram Espírito Santo (-6,0%), Rio Grande do Sul (-5,2%), Goiás (-2,8%), Rio de Janeiro (-1,4%) e Mato Grosso (-0,6%).
Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/10/09/ibge-industria-do-ceara-foi-a-que-mais-cresceu-no-brasil/