Ibovespa fecha em recorde histórico impulsionado por encontro entre Lula e Trump; dólar cai para R$ 5,37

O Ibovespa encerrou esta segunda-feira (27) com alta de 0,55%, aos 146.969 pontos — novo recorde histórico de fechamento. Durante o pregão, o principal índice da Bolsa brasileira chegou a 147.976 pontos na máxima do dia. O movimento foi impulsionado pela repercussão positiva do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além do bom desempenho das bolsas internacionais.

Encontro entre Lula e Trump anima o mercado
A reunião entre os dois presidentes, realizada na Malásia, foi recebida com otimismo pelos investidores. Segundo Lula, há confiança de que Brasil e EUA cheguem em breve a um acordo comercial. O estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, destacou que, mesmo sem um acordo fechado, o encontro trouxe “um sinal super positivo”.
Para Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, o diálogo reforçou o apetite dos investidores pelo Brasil. “Além disso, o resultado da Petrobras também ajudou”, afirmou. A estatal registrou produção média de 3,144 milhões de barris de óleo equivalente por dia no terceiro trimestre, alta de 17,3% em relação ao ano anterior.

Dólar cai e commodities têm desempenho misto
O dólar acompanhou o clima de otimismo e encerrou o dia com queda de 0,41%, cotado a R$ 5,37. O movimento refletiu o recuo global da moeda americana frente a outras divisas de economias desenvolvidas.
Entre as commodities, o minério de ferro fechou em alta de 1,94% na China, enquanto o petróleo apresentou leve recuo: o WTI caiu 0,31% e o Brent, 0,46%.

Focus aponta inflação próxima da meta para 2025
O Boletim Focus do Banco Central trouxe revisões otimistas para os principais indicadores econômicos. A projeção para o IPCA de 2025 caiu de 4,70% para 4,56%, apenas 0,06 ponto acima do teto da meta de 4,5%. A taxa Selic foi mantida em 15% pela 18ª semana seguida.
O relatório também indicou alívio nas expectativas para câmbio e para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

Mercado internacional também vive onda de otimismo
Em Nova York, os principais índices registraram novos recordes de fechamento, impulsionados pela expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve. O presidente americano afirmou, durante viagem à Ásia, estar confiante em firmar um “acordo abrangente” com o líder chinês, Xi Jinping.
Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, com destaque para Frankfurt (+0,28%) e Milão (+1%). Londres também renovou recordes.

Semana decisiva para o cenário global
Nos próximos dias, o foco dos investidores estará na decisão de política monetária do Fed, do Banco Central Europeu e do Banco do Japão. Também serão divulgados os balanços de gigantes como Alphabet, Apple, Meta, Amazon e Microsoft.
No Brasil, a temporada de resultados avança com Bradesco, Santander, Vale, Gerdau, Ambev e Multiplan. Dados importantes da economia, como o Caged e o IGP-M de outubro, também serão divulgados até sexta-feira (31).

Encontro Lula-Trump pode redefinir relação comercial
O governo brasileiro afirmou que as negociações com os EUA começarão imediatamente e devem avançar nas próximas semanas. Lula pediu a revisão das tarifas adicionais de 40% impostas aos produtos brasileiros e defendeu a ampliação da lista de itens isentos. Trump, por sua vez, não descartou o pedido e disse estar aberto a discutir novas condições.

Analistas avaliam que a suspensão das tarifas pode ter forte impacto positivo para a economia brasileira, especialmente em setores exportadores. O mercado acompanha de perto os desdobramentos políticos e econômicos dessa aproximação entre os dois países.