
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado como referência para o reajuste de contratos de aluguel e outros acordos financeiros, registrou inflação de 0,24% em abril, informou nesta terça-feira (30) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em março, o indicador havia apresentado deflação de 0,34%. As informações são da Agência Brasil.
Com o resultado de abril, o IGP-M acumula alta de 8,50% nos últimos 12 meses e de 1,23% no acumulado de 2025. Em comparação com abril do ano passado, o cenário é bastante distinto: em abril de 2024, o índice havia subido 0,31% no mês, mas ainda acumulava deflação de 3,04% em 12 meses.
O avanço observado de março para abril deste ano foi impulsionado principalmente pelos preços no atacado, captados pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que saíram de uma deflação de 0,73% em março para uma inflação de 0,13% em abril. O IPA representa o maior peso dentro do cálculo do IGP-M e reflete variações de preços em produtos agrícolas e industriais.
O setor da construção também contribuiu para o aumento. Segundo a FGV, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou inflação de 0,59% em abril, acima dos 0,38% observados em março. O resultado reflete pressões em materiais, equipamentos e mão de obra no setor.
Em sentido contrário, o varejo mostrou uma desaceleração da inflação no período. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a variação dos preços para o consumidor final, caiu de uma inflação de 0,80% em março para 0,46% em abril, atenuando parte do impacto inflacionário no indicador geral.
Composição do IGP-M
O IGP-M é composto por três subíndices principais:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com peso de 60%;
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30%;
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10%.
Tradicionalmente, o índice é utilizado como referência para reajustes em contratos de aluguel de imóveis, tarifas públicas e seguros.
Perspectivas
Economistas avaliam que a dinâmica do IGP-M em 2025 pode seguir pressionada pela recomposição de preços no atacado e por fatores sazonais ligados ao setor da construção. No entanto, a desaceleração da inflação no varejo, combinada a um cenário externo mais favorável para commodities agrícolas e minerais, pode limitar altas expressivas no indicador nos próximos meses.
Ainda assim, o acumulado de 8,50% em 12 meses deverá manter os reajustes de contratos indexados ao IGP-M em patamares elevados no curto prazo, impactando especialmente os contratos de aluguel residencial e comercial.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/inflacao-do-aluguel-sobe-024-em-abril-e-acumula-alta-de-850-em-12-meses/