Após a forte alta de 0,48% registrada em setembro, impulsionada pelo aumento no preço da energia elétrica, a prévia da inflação medida pelo IPCA-15 voltou a desacelerar em outubro. O índice avançou 0,18% no mês, resultado abaixo das projeções de mercado.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo se deve principalmente à redução do impacto do bônus de Itaipu e à mudança da bandeira tarifária de vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1. Com isso, a energia elétrica residencial, que havia subido 12,17% em setembro, apresentou queda de 1,09% neste mês.
A mediana das estimativas da Bloomberg previa uma alta de 0,21%. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação medida pelo IPCA-15 soma 4,94%, abaixo dos 5,32% observados no período anterior, mas ainda acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Energia recua, mas combustíveis impedem queda maior
O resultado de outubro foi parcialmente compensado pela alta dos combustíveis e das passagens aéreas. O grupo de transportes teve elevação de 0,41%, puxado pelo aumento de 1,16% nos combustíveis e de 4,39% nas passagens aéreas.
Entre os combustíveis, o etanol, a gasolina e o óleo diesel registraram elevação, enquanto o gás veicular apresentou queda. Segundo economistas, o aumento reflete ajustes recentes nos preços dos derivados de petróleo e o impacto da demanda em feriados e viagens.
Cinco grupos tiveram alta no mês
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco registraram alta em outubro: vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, habitação e educação. Os setores que apresentaram queda foram artigos de residência, comunicação e alimentação e bebidas.
O grupo de alimentação e bebidas, um dos mais importantes para o orçamento das famílias, teve recuo de 0,10%, variação menor do que a queda de 0,63% registrada em setembro. Entre os itens que mais contribuíram para a redução estão a cebola (-7,65%), o ovo de galinha (-3,01%), o arroz (-1,37%) e o leite longa vida (-1,00%).
Em contrapartida, alguns alimentos ficaram mais caros, como o óleo de soja, que subiu 4,25%, e as frutas, com alta de 2,07%.
Inflação acumulada se aproxima da meta, mas ainda preocupa
No acumulado de 2024, o IPCA-15 registra alta de 3,94%. Em outubro do ano passado, o indicador havia sido de 0,54%. O desempenho reforça a tendência de desaceleração da inflação ao longo do segundo semestre, embora o índice ainda permaneça acima do limite superior da meta.
Para analistas, o resultado de outubro é positivo, mas mostra que a inflação segue pressionada por fatores pontuais, como combustíveis e transportes. A expectativa é de que o IPCA feche o ano próximo a 4,5%, o que ainda demandaria atenção do Banco Central na condução da política monetária.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ipca-15-previa-da-inflacao-desacelera-em-outubro-e-fica-abaixo-do-esperado-com-alivio-na-conta-de-luz/
