26 de agosto de 2025
IPCA-15 tem deflação de 0,14% em agosto, primeira queda em
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou queda de 0,14% em agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira retração do índice em mais de dois anos e a mais intensa desde setembro de 2022, quando havia recuado 0,37%.

Energia elétrica foi o principal fator da queda

De acordo com o IBGE, o resultado foi influenciado, sobretudo, pela redução de 4,93% na energia elétrica residencial, após a aplicação do chamado Bônus de Itaipu nas contas de luz emitidas em agosto. O efeito negativo ocorreu mesmo com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.

Com isso, o grupo Habitação teve queda de 1,13% e impacto de -0,20 ponto percentual no índice geral.

Alimentação e combustíveis também ajudaram na deflação

O grupo Alimentação e bebidas registrou sua terceira deflação seguida (-0,53%), puxado pela alimentação no domicílio (-1,02%). Entre os itens que mais caíram estão: manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%) e carnes (-0,94%). Já a alimentação fora de casa subiu 0,71%, pressionada pelos lanches (1,44%) e refeições (0,40%).

Nos Transportes, houve recuo de 0,47%, revertendo a alta de julho. Contribuíram para a queda as passagens aéreas (-2,59%), automóveis novos (-1,32%) e gasolina (-1,14%). Outros combustíveis, como etanol (-1,98%), gás veicular (-0,25%) e óleo diesel (-0,20%), também recuaram.

Pressões de alta vieram de serviços e educação

Apesar da deflação, alguns grupos apresentaram elevação em agosto. Destaque para Despesas pessoais (1,09%), Saúde e cuidados pessoais (0,64%) e Educação (0,78%), impactada pelos reajustes nos cursos regulares, especialmente no ensino superior (1,24%).

Expectativas do mercado e acumulado em 12 meses

O resultado de agosto veio após a alta de 0,33% registrada em julho e ficou abaixo do observado em agosto de 2024 (0,19%). Ainda assim, frustrou as expectativas do mercado, que projetavam deflação maior, entre -0,21% e -0,23%.

No acumulado de 2025, o IPCA-15 sobe 3,26%. Em 12 meses, a alta é de 4,95%, abaixo dos 5,30% registrados no período anterior, mas ainda acima da meta de 3% perseguida pelo Banco Central.

Variação dos grupos em agosto

  • Alimentação e bebidas: -0,53%
  • Habitação: -1,13%
  • Artigos de residência: 0,03%
  • Vestuário: 0,17%
  • Transportes: -0,47%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,64%
  • Despesas pessoais: 1,09%
  • Educação: 0,78%
  • Comunicação: -0,17%

Fonte: https://agendadopoder.com.br/ipca-15-tem-deflacao-de-014-em-agosto-primeira-queda-em-2-anos/